Envolver cidadãos na cooperação para o desenvolvimento
Nos próximos meses, as ordens profissionais que integram o Fórum Regional do Centro das Ordens Profissionais (FORCOP) realizarão debates públicos, locais e regionais, com o objetivo de fomentar um “mais profundo pensamento crítico” nesta área, tal como é proposto pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, que coordena as iniciativas do Ano Europeu para o Desenvolvimento (AED) em Portugal.
Segundo o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) e da Comissão Permanente do FORCOP, Carlos Cortes, pretende-se que esta comemoração constitua “um ato de civismo participativo”, em diferentes cidades, que permita a elaboração de um relatório que será discutido no “Fórum Global sobre o Desenvolvimento – O Mundo do Progresso”, a realizar nos dias 04 e 05 de dezembro, em local a definir.
O FORCOP encara o Ano Europeu para o Desenvolvimento como “um ato de esperança pelas populações que sofrem” noutras regiões do mundo, enfatizou, dando o exemplo atual das vítimas dos abalos sísmicos no Nepal.
As ações de sensibilização e debate a organizar em seis cidades abrangem temas como saúde e segurança alimentar (Covilhã), educação (Aveiro), migrações e democracia (Coimbra), desenvolvimento e crescimento sustentável (Viseu), direitos humanos (Leiria), igualdade de género (Guarda) e ajuda humanitária, paz e segurança (Castelo Branco).
“Queremos um mundo mais sustentável e mais pacífico”, disse Hernâni Caniço, presidente da Saúde em Portugal, organização não-governamental (ONG) representada na conferência de imprensa, na sede da SRCOM, em que foi divulgado o programa provisório das comemorações regionais do AED.
Este médico deu o exemplo da “crise humanitária do Mediterrâneo”, com a imigração e tráfico de seres humanos, tendo morrido milhares de pessoas nos últimos anos, em naufrágios de embarcações no mar.
Na sua opinião, a imigração legal “é essencial para o crescimento económico da Europa”, sendo necessário “que os decisores políticos assumam as suas responsabilidades”.
“Enquanto se achar que o mercado funciona em roda livre, não vai haver desenvolvimento” e a União Europeia continuará a ser “uma união de interesses económicos”, criticou, por seu turno, Amaro Jorge, presidente do Conselho Distrital de Coimbra da Ordem dos Advogados.
Pedro Cruz, da Plataforma Portuguesa das ONG para o Desenvolvimento, defendeu que a política de cooperação “tem de ser acompanhada” pelos Estados com outras medidas concretas, “ligando realidades”, para que “não seja posta em causa” a ajuda pública para o desenvolvimento.
Estiveram ainda presentes no encontro com os jornalistas representantes das restantes ordens que integram o FORCOP.
Entre quarta e sexta-feira, a Plataforma Portuguesa das ONG para o Desenvolvimento realiza sessões de esclarecimento em escolas de Coimbra, além de promover na cidade o Fórum de Gestão para o Voluntariado na Cooperação e a exibição do filme “Mulheres Africanas”, no Teatro da Cerca de São Bernardo.