Grande Porto

Identificada nova praga em citrinos

O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária identificou recentemente uma nova praga em citrinos na área do Grande Porto, cujo insecto picador-sugador considerado de quarentena provoca “estragos muito graves”.

De acordo com um ofício da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), datado do dia 9 de Março, o insecto – psila africana –, “além de provocar estragos directos, pode veicular uma doença muito grave dos citrinos denominada ‘Citrius greening’ causada por uma bactéria muito destrutiva” e que faz com que o fruto cresça pouco e se apresente deformado e descolorido.

Contactada, Gisela Chicau, da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, garantiu que o consumo de citrinos recolhidos em árvores afectadas pela praga “não tem qualquer risco para a saúde humana”.

Depois de em Dezembro do ano passado Espanha ter notificado a primeira detecção desta praga na zona da Galiza, foi levada a cabo uma vigilância suplementar particularmente dirigida à zona norte do país, “tendo sido detectada a presença deste insecto em citrinos isolados em jardins particulares na área do Grande Porto em Janeiro de 2015”, lê-se no ofício, disponível na internet.

“Da prospecção exaustiva realizada verifica-se que as detecções se circunscrevem à Área Metropolitana do Porto”, refere o documento, especificando que a praga foi detectada em diversas freguesias dos concelhos de Gondomar, da Maia, de Matosinhos, do Porto e de Gaia.

A psila africana, que foi “observada pela primeira vez na Europa, em 1994, na ilha de Porto Santo (Madeira)”, provoca a deformação das folhas novas, que ficam enroladas acentuadamente para o interior, atrofiadas e amareladas.

Como medida de combate a esta praga de quarentena, a Direcção Regional salienta a proibição da entrada no país de material de propagação de citrinos, o corte e queima de imediato dos ramos com sintomas, seguindo-se um tratamento contra as formas hibernantes de insectos e ácaros à base de óleo de verão, tendo cuidado de atingir completamente a copa da árvore.

“As árvores afectadas devem ser sujeitas a monitorização durante o ano, para confirmação da eliminação ou não da praga e continuação de aplicação de medidas para o seu combate”, acrescenta a Direcção Regional, na nota de divulgação da praga, disponível em http://www.drapn.mamaot.pt/drapn/conteudos/edm/Circular_03_2015.pdf.

Gisela Chicau referiu que qualquer horto e cooperativa dispõem de profissionais habilitados para proceder ao combate desta praga, que implica o uso de insecticidas.

Até ao momento, a praga foi encontrada em árvores de citrinos, na sua maioria limoeiros, nas freguesias de Fânzeres, São Cosme e Valbom (Gondomar), Águas Santas (Maia), Leça da Palmeira, Matosinhos, São Mamede de Infesta e Senhora da Hora (Matosinhos), Aldoar, Nevogilde e Ramalde (Porto) e Arcozelo, Canidelo, Guilpilhares, Madalena, São Félix da Marinha, Valadares e Vilar do Paraíso (Gaia).

"Caso observe sintomas em plantas de citrinos deve contactar a Direcção Regional de Agricultura e Pescas da sua região", apela a DGAV no ofício.

O objectivo, concluiu Gisela Chicau, "é delimitar a zona infestada, acompanhar a mancha para ver a sua evolução".

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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