Associação Portuguesa de Urologia alerta

Apenas 10% dos doentes com incontinência urinária recorrem ao médico

As perdas involuntárias de urina são extremamente comuns. Porém, é um sintoma que define um problema de saúde pública, com um impacto social e económico considerável. Mesmo as mais pequenas perdas de urina têm implicações na qualidade de vida, atingindo o âmbito físico, social, sexual e psíquico, com consequências a nível emocional.

Actualmente, cerca de 33% das mulheres e 16% dos homens com mais de 40 anos têm sintomas de incontinência urinária, segundo dados da Associação Portuguesa de Urologia (APU). Equivale a dizer que a incontinência urinária afecta 20% da população portuguesa com mais de 40 anos e que um em cada cinco portugueses nesta faixa etária sofre deste problema. No entanto, apenas 10% dos doentes contactam o médico. Os restantes recorrem à automedicação ou à autoproteção, alerta a APU, como forma de assinalar a Semana da Incontinência Urinária (9-15 de Março).

Uma vez que estamos perante um tema do foro íntimo, a incontinência urinária ainda é encarada como um tabu, que condiciona a vida do doente a vários níveis: pessoal, familiar, social e laboral. Este problema pode conduzir a uma fuga do contacto social e ao isolamento, porque está sempre presente o medo e a vergonha de que os outros sintam o cheiro. Pode afectar também a relação conjugal, uma vez que a intimidade do casal é prejudicada.

O diagnóstico da incontinência urinária tem início no historial clínico do doente, que descreve em que condições sofre de perdas de urina.

Para que se possa optar pelo tratamento mais adequado tem que fazer-se um diagnóstico assertivo dos mecanismos e circunstâncias que promovem a incontinência urinária.

Após a definição dos sintomas, um exame físico dirigido com pequenas manobras que tentam mimetizar a perda de urina é possível chegar a um diagnóstico bastante preciso.

Na última década foram feitas importantes descobertas nesta área. Existem, inclusivamente, formas de incontinência urinária que são tratadas com medicamentos ou técnicas de reabilitação, e a maioria das cirurgias quase não implicam internamento, sendo a vida normal retomada horas ou poucos dias depois.

O tratamento cirúrgico desempenha um papel preponderante na incontinência urinária de esforço, tanto na mulher, como no homem. Para a incontinência urinária de esforço a cura é possível em cerca de 90% dos casos.

Na incontinência urinária por imperiosidade, o tratamento com fármacos orais (cuja acção estabiliza o músculo inibindo a sua contracção involuntária) consegue melhorias sintomáticas na maioria dos doentes. Nos casos em que não é possível terapêutica oral, pode recorrer-se à administração de fármacos directamente na bexiga, um procedimento simples e com boa eficácia e segurança.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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