Costa propõe isenção temporária de taxas moderadoras
António Costa falava no final de uma reunião de hora e meia na sede nacional do PS, em Lisboa, com os bastonários das ordens dos Médicos, José Manuel Silva, e dos Enfermeiros, Germano Couto, que na conferência de imprensa foi o primeiro a defender a concessão extraordinária de isenções de taxas moderadoras nos centros de saúde enquanto durar a "epidemia" de gripe.
Perante os jornalistas, o secretário-geral do PS defendeu que o país está neste momento "a pagar o preço" de uma política de consolidação orçamental "desastrada" com "cortes cegos" no Estado social, designadamente na saúde, e fez questão de salientar que a sua proposta de isenção temporária do pagamento de taxas moderadoras nos centros de saúde para casos de doenças agudas deve ser acompanhada por medidas de reforço dos cuidados de saúde primários.
"Tem de haver um aumento da capacidade atendimento dos centros de saúde, o que pressupõe a generalização dos horários de atendimento" e o "reforço em termos de recursos humanos", sustentou o líder socialista.
Acompanhado pelo dirigente socialista Manuel Pizarro, e pelas deputadas do PS Maria Antónia Almeida Santos e Luísa Salgueiro, António Costa disse que o Governo foi alertado já em Dezembro que poderiam ocorrer graves problemas no sistema de saúde.
"Estamos em risco de epidemia de gripe e são necessárias medidas que procurem atenuar em situação de contingência aquilo que se poderá viver nas próximas semanas. Em primeiro lugar, é essencial que a Direcção-Geral da Saúde reforce a informação às populações sobre cuidados preventivos para diminuir os riscos. Em segundo lugar, tem de ser descongestionada a pressão sobre as urgências hospitalares", advogou o líder socialista.
Em termos de médio e longo prazo, o secretário-geral do PS considerou que é importante que o Estado "não esteja a responder em catástrofe perante a catástrofe".
"Temos de inverter a política que tem sido seguida, porque os cuidados de saúde são absolutamente fundamentais para as populações. Tem de haver limites a uma estratégia orçamental cega. É preciso que se perceba que esta política de austeridade tem custos e que estão agora à vista de todos", acrescentou António Costa.