Obesidade saudável é um estado de ‘saúde relativa’
Um estudo da University College of London, no Reino Unido, feito ao longo dos últimos 20 anos, vem deitar por terra todas as teorias sobre a existência de obesidade saudável. Segundo os cientistas envolvidos nesta pesquisa, esta ideia é apenas um estado de ‘saúde relativa’ e um dos mitos mais perigosos da humanidade.
A pesquisa britânica teve em conta a avaliação de 2.521 voluntários e conclui que os obesos até agora considerados saudáveis deixam rapidamente de o ser e tornam-se pessoas com fracas condições de saúde ao longo do tempo, lê-se no site da Globo, citado pelo Notícias ao Minuto.
Realizado durante duas décadas, o estudo indica que dos voluntários – homens e mulheres entre os 39 e os 62 anos – que no início foram definidos como obesos saudáveis, por não possuírem factores de risco metabólico, 51% acabaram por se tornar obesos não saudáveis, tendo desenvolvido problemas de saúde com o passar dos anos. 38% conseguiu manter o estatuto de ‘obeso saudável’ mas sempre com um estado de ‘saúde relativa’, uma vez que continuavam propensos a determinados problemas cardiovasculares, por exemplo.
Do total de inquiridos, apenas 11% deixou de ser obeso nos 20 anos de estudo.
"Um pressuposto central sobre a obesidade saudável é que seria estável ao longo do tempo, mas agora podemos ver que adultos obesos saudáveis tendem a tornar-se obesos não saudáveis a longo prazo. Cerca de metade passaram por essa transição no período de 20 anos do estudo", disse Joshua Bell, um dos autores principais da pesquisa, frisando que "a obesidade saudável é apenas um estado de saúde relativa - é apenas menos mau do que o pior cenário. E como vemos agora, os adultos obesos saudáveis tendem a tornar-se não saudáveis ao longo do tempo, o que fornece mais evidências contra a ideia de que a obesidade pode ser saudável".