Sida nas forças de segurança e defesa obriga a reforço de prevenção e tratamento
Novos protocolos com os ministérios da Defesa e da Administração Interna para "reforçar a distribuição de preservativos e informação" e "aumentar o número de pessoas em tratamento anti-retroviral (ARV)" vão vigorar em 2015, disse Anaximandro Zylene, secretário nacional do Secretariado Nacional de Luta Contra a Sida (SNLS).
Está também prevista a prestação de apoio psicossocial. Segundo dados divulgados pelas autoridades de saúde, a prevalência de Sida ronda os 3,3% na Guiné-Bissau, chegando a 5,3% na faixa etária entre 15 e 49 anos, e supera nove por cento entre elementos das forças de segurança e defesa.
Anaximandro Zylene refere que faltam estudos mais aprofundados sobre aqueles números, mas admite que "a mobilidade profissional" possa ser uma das causas.
De acordo com o responsável, as verbas destinadas a estes programas específicos de combate à Sida estão garantidas através de apoios internacionais, nomeadamente para a terapia ARV.
"Importa diminuir o caso de perdidos de vista", ou seja, pessoas que iniciam tratamento, mas que o abandonam, sem que haja qualquer seguimento da sua situação.
Os medicamentos ARV "são caros", mas Anaximandro Zylene lança um apelo às autoridades e parceiros internacionais: "temos que fazer tudo para ter mais medicação na Guiné-Bissau", dada a baixa taxa de cobertura - inferior a 30% nos adultos e a rondar 10% em crianças.
A alta prevalência de Sida entre forças de segurança e defesa levou ao financiamento de actividades específicas desde 2008.
Nos últimos cinco anos foram formados activistas no seio das diferentes forças, os quais são responsáveis pela "sensibilização dos seus pares" acerca de comportamentos de risco e formas de tratamento, recorda o líder do SNLS.
"Pretende-se uma maior 'captura' de seropositivos, para lhes assegurar tratamento de qualidade e para continuarem a prestar serviço ao país", concluiu.