Parcerias precisam-se

“Oficina da Diabetes” preparou mulheres imigrantes para cuidar de pessoas com Diabetes

São necessários meios para levar a cabo projectos que ajudem nos cuidados às pessoas com Diabetes: financeiros, estratégicos e humanos.

Este mês, encerrou a “Oficina da Diabetes”, um projecto da Fundação Ernesto Roma selecionado pelo Programa Cidadania Activa, da Fundação Calouste Gulbenkian, para formar mulheres imigrantes à procura de mais qualificação e emprego, em cuidados a crianças e idosos com Diabetes. Outros projectos podem e urgem seguir, mas faltam meios, segundo o presidente da Fundação Ernesto Roma e director do Programa Nacional para a Diabetes, José Manuel Boavida.

“A criação de uma bolsa de emprego para apoiar pessoas com Diabetes é uma necessidade que foi suscitada por este curso e que sabemos que corresponde a uma realidade. Para dar seguimento a este tipo de projectos são necessários programas de incentivo ao emprego, mecenato e financiamento que permita preparar profissionais com competência para cuidar de pessoas com Diabetes”, afirmou José Manuel Boavida.

No âmbito da “Oficina da Diabetes”, que arrancou em fevereiro deste ano, 40 mulheres imigrantes, de diferentes origens culturais e linguísticas, foram preparadas para prestar cuidados a pessoas com Diabetes. Na Escola da Diabetes, desconstruíram mitos e aprenderam como se deve gerir o dia-a-dia com esta doença, em matéria de cuidados à pessoa insulina tratada, cuidados gerais e preventivos de lesões no pé, práticas culinárias adequadas ao controlo da Diabetes e actividade física para crianças e idosos com Diabetes. A equipa de formadores foi composta por uma enfermeira, uma dietista, uma nutricionista, um chefe de cozinha e um professor de educação física.

“Quando falamos de crianças e idosos falamos de dificuldades acrescidas em gerir a doença, nomeadamente ao nível da literacia em saúde, educação terapêutica, alimentação e autovigilância. O cuidador pode fomentar a actividade física, criando momentos adequados para tal e controlar a alimentação da pessoa com Diabetes. Estes incentivos podem ter um excelente impacto no sucesso da boa gestão diária da doença”, explicou a dietista Joana Oliveira, coordenadora do projecto.

Este foi um projecto inserido num programa financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants) e coordenado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Juntamente com várias associações que apoiam mulheres imigrantes foram identificadas necessidades de formação específica a esta população, capacitando-as de mais conhecimentos na área dos cuidados a crianças e idosos com Diabetes.

“Outro dos aspectos de que nos apercebemos é o de que é necessário trabalhar a pós-formação, pelo que estamos a ponderar o estabelecimento de parcerias com agências de emprego e Gabinetes de Inserção Profissional municipais”, acrescentou Joana Oliveira.

Fonte: 
Multicom
Nota: 
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