Angola recebe equipamento laboratorial para vigilância do vírus da pólio
Em declarações à imprensa, à margem do acto de entrega, o ministro da Saúde de Angola, José Van-Dúnem, disse que o apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) insere-se no esforço que o país e os seus parceiros vêm fazendo para melhorar a vigilância epidemiológica do vírus da pólio.
Segundo o governante angolano, este é um primeiro passo para se começar a tratar completamente das amostras no país, sem ter de as enviar para a África do Sul, como acontecia até agora, diminuindo igualmente os custos suportados pelos parceiros.
"É um esforço para aumentar a capacidade de resposta do ponto de vista integral, na luta contra a pólio, nomeadamente na área da vigilância epidemiológica", disse José Van-Dúnem, acrescentando que vai igualmente contribuir para a segurança, do ponto de vista do controlo sobre a circulação ou não do vírus.
"É uma retaguarda importante para a segurança, para a garantia da qualidade daquilo que se está a fazer", reforçou o governante.
José Van-Dúnem referiu que há mais de três anos que o vírus da pólio não circula em Angola, havendo assim condições criadas para se considerar erradicada a doença no país.
"Vamos fazer mais um ano, continuamos a fazer as campanhas de vacinação para garantir a vacinação de massa", disse o ministro, sublinhando a importância da população aderir sempre ao esforço governamental.
Em julho deste ano, Angola introduziu o método de recolha das amostras ambientais, em que se apanha em esgotos amostras para ver se o vírus está em circulação, tornando assim este país lusófono o terceiro Estado da região africana da OMS, ao lado da Nigéria e do Quénia, que estabelece a vigilância ambiental da poliomielite.
A vigilância ambiental da pólio fornece informação complementar sobre a qualidade da vigilância das paralisias flácidas agudas e é um método muito sensível para detectar a transmissão silenciosa do vírus da pólio, face ao risco de uma eventual importação.
Angola tem registado progressos na luta para a erradicação da poliomielite, promovendo campanhas bianuais de vacinação nas 18 províncias, sendo uma das estratégias para atingir todas as áreas do país a criação de postos avançados e móveis no terreno.
Em 1999, Angola foi atingida por um dos maiores surtos epidemiológicos de poliomielite registados em África, que provocou 113 mortos, num total de 1.117 casos.