Em Vila Real

Projecto “Diabetes em Movimento” junta 50 pessoas

50 pessoas estão a participar no programa “Diabetes em Movimento”, que está a ser implementado em Vila Real e visa promover o exercício físico e combater o sedentarismo, um dos factores de risco para estes doentes.

Servindo ainda para fazer investigação, o projecto junta médicos, enfermeiros e investigadores do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), é gratuito e decorre, numa primeira fase, até Maio de 2015.

De segunda a sexta-feira, meia centena de pessoas com diabetes tipo dois juntam-se para concretizar um programa de exercícios que são monitorizados pelos alunos da academia transmontana.

À frente do projecto está Romeu Mendes, médico e investigador do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD) da UTAD, que afirmou hoje que o “principal objectivo é melhorar a qualidade de vida e a saúde destas pessoas”.

“Queremos fazer intervenção comunitária, ou seja, através deste programa de exercício educar a própria comunidade para a importância da prática de exercício de uma forma geral e queremos também fazer formação dos alunos”, frisou.

Romeu Mendes referiu que o sedentarismo é um dos principais factores de risco para esta doença crónica, a que se juntam ainda a idade e a má nutrição, nomeadamente o excesso de calorias.

O projecto está ainda a servir para fazer investigação. “Perceber quais são os efeitos da prática regular de exercício quer na diabetes tipo dois quer nas inúmeras doenças que estão associadas, nomeadamente no risco cardiovascular”, acrescentou.

António Almeida, enfermeiro e investigador, afirmou que se vai também estudar a influência do programa no “índice de qualidade de sono destes utentes” e a sua consequência a nível dos custos.

“Iremos tentar perceber até que ponto este programa de actividade terá influência a nível dos custos de saúde, em termos de medicação, se vai haver ou não algum tipo de redução a nível dos custos em termos de medicação, em termos de idas à urgência e, eventualmente, prevenir alguns episódios de hipoglicemia nestes utentes”, salientou.

O médico do CHTMAD e director clínico do projecto, Paulo Subtil, referiu que se trata de um “programa elaborado, seleccionado, que visa obviamente melhorar o controlo metabólico das pessoas com diabetes tipo dois mas, ao mesmo tempo, aumentar a qualidade, a mobilidade, o equilíbrio e diminuir o risco cardiovascular”. “Diminuir uma série de complicações que estão inerentes à doença”, frisou.

Para os utentes a experiência está a ser muito positiva.

“Permite controlar a diabetes e mantém o movimento que é uma coisa que às vezes não dá-mos importância mas que, com a idade, tem muita importância e areja o juízo, porque também com a reforma a gente tem tendência para a melancolia, para estar em casa quieto”, afirmou Jorge Ginja.

Já Luís Silva destacou a vantagem do programa ser comunitário o que, na sua opinião, faz com que uns “puxem os outros”, mesmo quando não apetece sair de casa.

Foi hoje apresentado o relatório “Diabetes: Factos e Números” do Observatório Nacional da Diabetes, que revelou que, em 2013 surgiram 160 novos casos de diabetes por dia em Portugal e que os custos com esta doença crónica representaram 1.500 milhões de euros no ano passado.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Foto: 
DiabetesMovimento.pt