Tratamento que revoluciona autonomia do doente respiratório crónico em destaque
A oxigenoterapia de deambulação consiste na administração de oxigénio durante as actividades de vida diária, facilitada mais recentemente através de dispositivos, denominados concentradores portáteis de oxigénio. Estes equipamentos eléctricos produzem oxigénio a partir do ar ambiente e tem autonomia até 4 horas de funcionamento, podendo a bateria ser facilmente recarregada.
Esta solução aumenta a independência e autonomia do doente respiratório crónico, promovendo a sua qualidade de vida. A oxigenoterapia de deambulação será debatida por especialistas no Congresso de Pneumologia numa mesa redonda que focará as novas perspectivas neste tratamento.
Como comenta o pneumologista João Carlos Winck, moderador da mesa redonda, “o aumento da autonomia do doente pode reflectir-se numa substancial melhoria da qualidade de vida. Os doentes ficam mais tolerantes a esforços quotidianos, como lavar-se ou subir uma escada, e podem, inclusive, retomar certas actividades que implicam deslocações, como passeios no exterior, andar de transportes públicos ou mesmo viajar de avião”.
Sobre as novas perspectivas neste tratamento, o especialista ressalta como ponto positivo o acesso em Portugal, “hoje em dia a oxigenoterapia de deambulação está acessível, através de prescrição médica, em todo País, sendo que até há pouco tempo estava apenas disponível em algumas regiões. Por outro lado, dada a sua maior portabilidade e conveniência, estes dispositivos irão contribuir para uma melhor adesão à oxigenoterapia.”
As doenças respiratórias crónicas, como é exemplo a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), têm um grande impacto na qualidade de vida dos doentes a nível pessoal, profissional, familiar e social. Esta doença, que se caracteriza pela falta de ar, tosse e aumento da produção de expectoração, é crónica e incapacitante, impedindo as pessoas de realizar tarefas diárias comuns.
Sobre as doenças respiratórias:
Em 2012 morreram por doenças respiratórias cerca de 14 mil portugueses.
Em Portugal, a mortalidade por doenças respiratórias constitui a terceira principal causa de morte. Estas são responsáveis por cerca de 19% dos óbitos, logo a seguir às doenças cardiovasculares e neoplasias.
O Relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias 2013 revela que, em apenas um ano, a mortalidade por doenças respiratórias aumentou 16,58%.
Estima-se que em 2020 as doenças respiratórias sejam responsáveis, no mundo, por cerca de 12 milhões de mortes anuais, atribuindo-se à DPOC mais de três milhões de óbitos. A DPOC é uma das doenças respiratórias mais comuns e que afecta cerca de 14% da população portuguesa com mais de 40 anos.