Nova cápsula pode vir a substituir injecções
“Esta pode ser uma forma de contornar a necessidade de administração subcutânea de um medicamento”, afirmou Giovanni Traverso, do Koch Institute for Integrative Cancer Research do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e líder da investigação.
A cápsula (com dois centímetros de comprimento e um de diâmetro) foi testada com insulina, substância essencial no tratamento da diabetes, mas o grupo de investigadores não exclui a possibilidade de administração de outros fármacos, como anticorpos, em doenças como o cancro e auto-imunes, entre as quais a artrite e a doença de Chron.
O estudo feito em animais verificou que, por exemplo, uma cápsula de insulina é mais eficiente que uma injecção subcutânea. Os testes de injecção de insulina através da cápsula concluíram que a redução de glucose no sangue foi mais rápida e maior que a queda observada quando a mesma quantidade de insulina foi administrada por injecção subcutânea.
Investigações anteriores revelaram que a ingestão acidental de objectos afiados em humanos sugeriu que poderia ser segura a ingestão de uma cápsula revestida com micro-agulhas, justificado pelo facto de não existirem receptores de dor no trato gastrointestinal.
“A administração oral de fármacos é um grande desafio, especialmente para substâncias de proteína. Existe uma enorme motivação em várias frentes para encontrar outras maneiras de administrar os fármacos sem o uso da agulha padrão e seringa”, explicou Samir Mitragotri, professor de engenharia química na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara.
A equipa de investigadores planeia modificar a cápsula para que as contracções do trato digestivo consigam absorver lentamente o fármaco administrado à medida que o vai percorrendo.