Utentes do hospital de Loures exigem gestão pública da unidade de saúde
Cerca de duas dezenas de representantes das comissões de utentes de Loures e de Odivelas, dois dos concelhos servidos pelo hospital, manifestaram-se pela segunda vez este ano contra a “falta de transportes públicos” para a unidade de saúde, aquela que tem sido a principal queixa dos utentes.
Contudo, as recentes Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) lançadas ao Espírito Santo Saúde (ESS), entidade que gere em regime de parceria público privada o Hospital de Loures, motivam também “bastante preocupação” junto dos utentes, que temem que “a qualidade do atendimento seja afectada”.
A ESS é actualmente detida maioritariamente pela Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES) que, a pedido da própria, se encontra sob gestão controlada pelo Tribunal do Comércio do Luxemburgo desde o dia 29 de Julho de 2014.
"O facto de existirem tantos grupos lançados para OPAS significa que a Saúde afinal é um grande negócio. Eles estão interessados no lucro e não nos utentes", afirmou Henriqueta Sabino, da Comissão de Utentes dos Transportes Públicos de Loures.
Nesse sentido, a representante defendeu que o Hospital Beatriz Ângelo deverá passar para gestão pública, posição igualmente defendida pela Câmara de Loures.
Há uma semana, a Câmara de Loures aprovou uma moção a exigir a entrega da gestão do Hospital Beatriz Ângelo ao Estado, alegando exactamente a “instabilidade” vivida na Espírito Santo Saúde.
Relativamente aos transportes públicos, os utentes continuam a reivindicar pelo aumento do número de carreiras directas para o hospital, a redução do preço dos bilhetes e a entrada de mais viaturas dentro do recinto do Beatriz Ângelo.
"As comissões vão continuar a reunir e, se a situação continuar, iremos pensar em novas formas de luta para protestar", assegurou Henriqueta Sabino.
O Hospital Beatriz Ângelo abriu em Janeiro de 2012 para servir 272 mil habitantes dos concelhos de Loures, Odivelas, Mafra e Sobral de Monte Agraço.