Em Lisboa

Dietistas promovem rastreio nutricional no Dia Internacional do Idoso

A Associação Portuguesa de Dietistas vai promover hoje, Dia Internacional do Idoso, um rastreio nutricional à população sénior a residir em lares e centros de dia.

No rastreio, que vai decorrer entre as 14:00 e as 17:00, nas instalações da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, são esperados 200 idosos, disse a presidente da Associação Portuguesa de Dietistas (APD) Zélia Santos

“Iremos aplicar algumas ferramentas que estão validadas para a identificação de risco nutricional” e, se for identificado risco, será feito um aconselhamento nutricional a todos os idosos por dietistas e estudantes de Dietética, explicou Zélia Santos.

Em simultâneo, irão decorrer sessões de actividade física para que estes idosos possam receber alguns treinos de ensinamento para terem “um melhor aporte de massa muscular, uma vez que nesta faixa etária têm um maior risco de quedas e fracturas”, sublinhou.

O objectivo da iniciativa é passar competências e conhecimentos na área nutricional e prestar alguns aconselhamentos aos idosos sobre “a manutenção do estado do físico para ganho e prevenção da sua massa muscular”, disse a nutricionista.

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que cerca de 20% dos idosos em comunidade podem estar em risco de desnutrição e cerca de 80% em lares e instituições.

Em Portugal, o último trabalho realizado sobre a desnutrição dos idosos foi em 2009 e não é representativo a nível nacional da população idosa portuguesa, mas estima-se que a desnutrição afecta cerca de 30% da população sénior portuguesa.

“O que nos preocupa é que não sabemos como é que está o estado de nutrição dos idosos”, sublinha Zélia Santos, defendendo a realização de um estudo nacional.

A APD refere que “este é um dos mais recorrentes problemas de saúde da população sénior em Portugal”, sendo o cenário ainda “mais preocupante quando se considera a acentuada tendência de envelhecimento da população portuguesa”.

Zélia Santos alertou para a necessidade de “existirem profissionais da área da dietética e nutrição nas unidades de saúde primária” para detectar estes casos, defendendo também que a intervenção nutricional devia ser comparticipada.

A aposta na prevenção e na detecção de casos iria fazer diminuir os custos associados à saúde, porque “se o idoso estiver bem nutrido” irá ter menos tempo de hospitalização, por outra situação de doença, e vai ter uma recuperação mais rápida, defendeu.

A malnutrição aumenta o risco de infecções, atrasa a recuperação e prolonga a hospitalização do doente, piora a qualidade de vida, aumenta a mortalidade e leva a um maior consumo de fármacos.

A principal causa da desnutrição é a redução do apetite e pode ter a ver com factores vários como a mudança de vida, alterações fisiológicas, incapacidade motora, solidão, perda de cônjuge, depressão, isolamento social, pobreza, perda de independência e perda da função cognitiva.

 

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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