Ordem dos Médicos lembra que não lhe cabe "funções policiais"
Jorge Santos sublinhou, em declarações à agência Lusa, que a Ordem actua do ponto de vista "ético", podendo sancionar médicos apenas desse ponto de vista, mas as ilegalidades e a "função policial" cabem a outras instâncias do "Estado democrático", como o Ministério Público, a quem cabe actuar a esse nível.
O responsável pela secção dos Açores da Ordem dos Médicos falava a propósito de declarações proferidas ontem por um deputado do PS no parlamento regional.
Num debate sobre baixas médicas, o deputado José San-Bento afirmou que "toda a gente sabe que há abusos" e referiu o caso de dois consultórios privados que têm "uma tabela de preços" para passar atestados sem sequer verem os doentes.
"E são fiscalizados, são levantados os processos e a Ordem dos Médicos nada faz", assegurou o deputado socialista.
Jorge Santos admitiu a possibilidade de "alguns atrasos" na reposta do Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos aos processos que lhe são encaminhados de estruturas da Ordem de todo o país, mas rejeitou as críticas do deputado socialista.
O responsável pela Ordem nos Açores garantiu que além de encaminhar todas as denúncias e processos para o Conselho Disciplinar, tem também denunciado "casos suspeitos" à própria Inspecção Regional de Saúde.