Infecções do ébola aumentam diariamente e podem chegar a mais países
Nabarro reuniu-se ontem com representantes dos Estados-membros da organização e com a directora geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, e o secretário-geral adjunto da ONU, Jan Eliasson.
Após a deslocação à África Ocidental, foco principal do surto, o coordenador para a febre do ébola da ONU afirmou que “os passos seguintes são muito difíceis de prever” e que é necessária uma “coordenação mundial vital” para controlar a epidemia.
“Não podemos aceitar a ideia de que perdemos a batalha contra o ébola. Temos de reagir de maneira forte, porque a doença está a avançar mais depressa que os nossos esforços”, acrescentou, referindo que na última semana o número de infectados na Guiné, Serra Leoa e Libéria superou os 3.500 e que já se registaram mais de 1.500 vítimas mortais.
Para o responsável, “os cuidados básicos de saúde nos países afectados têm de manter-se” e há que garantir material e salários ao pessoal que trabalha no controlo da doença, além de assegurar tratamento em caso de ser infectado pelos pacientes.
Nabarro reiterou a necessidade de as linhas áreas internacionais restabelecerem os seus voos para os países afectados para facilitar o trabalho de socorro.
Para a directora-geral da OMS, todos os envolvidos nesta epidemia do ébola, que começou em março, “subestimaram a extensão, magnitude e complexidade daquele que é o maior surto na história da doença”, cujo vírus foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo.
Margaret Chan deu o exemplo de casos que representam falhanços no controlo da doença: um infectado da Libéria que viajou num avião para a Nigéria, e um infectado guineense que chegou de carro ao território senegalês.
“Tem de ficar claro que uma pessoa que está infectada não pode viajar”, declarou.
A organização pede que seja acelerado o processo para descobrir uma vacina: “Há duas ou três vacinas potenciais e é importante que a comunidade científica una as suas forças nesta situação sem precedentes. Temos de acelerar os testes experimentais e utilizá-los de uma forma eticamente aceitável antes que passem a ser produzidos de forma industrial”.
Apesar de tudo, a responsável da OMS recusou cair no alarmismo.
“A situação será controlada. Sabemos do que precisamos e sabemos como fazê-lo”, assegurou.