Fibrilhação auricular é uma preocupação crescente de saúde mundial
Uma investigação, financiada parcialmente pela Bill & Melinda Gates Foundation e o Cedars-Sinai Heart Institute, e que contou com a participação do Institute of Health Metrics and Evaluation da University of Washington, teve como objectivo avaliar a prevalência, as taxas de mortalidade e os custos sociais associados à fibrilhação auricular (FA).
O estudo foi liderado por Sumeet Chugh, director associado do Cedars-Sinai Heart Institute. Segundo este estudo, 33,5 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem desta doença, 5% da população mundial tem FA.
Os resultados sugerem que a fibrilhação auricular está a aumentar e constitui um sério problema de saúde pública. Sumeet Chugh alerta que “a fibrilhação auricular tem enormes custos em todos os sentidos da palavra. Pode levar a AVCs, hospitalizações e perda de produtividade”.
Outra das conclusões desta investigação está relacionada com o facto de o factor idade não ser o principal responsável pelo desenvolvimento desta doença. A obesidade, a hipertensão ou a poluição atmosférica parecem ser importantes factores de risco.
Acredita-se que este seja o primeiro estudo a determinar o número de pessoas com esta condição à escala global.
Encontrar a origem do problema é o primeiro passo. Chugh afirma que “A nossa esperança é conseguir desenvolver um plano global sustentável para lidar com a fibrilhação auricular e encontrar formas novas e eficazes de prevenir esta condição”.
Apesar das mortes ligadas à fibrilhação auricular estarem a aumentar em todo o mundo, mais mulheres com fibrilhação auricular estão a morrer nos países em desenvolvimento. Nos EUA as mortes ligadas à fibrilhação auricular são agora comparáveis entre homens e mulheres.
“É necessária muita mais investigação para compreender a fundo este aumento contínuo mundialmente”, acrescenta o director associado do Cedars-Sinai Heart Institute.
" A fibrilhação auricular ocorre quando os estímulos eléctricos nas câmaras superiores do coração se tornam caóticos, originando um batimento cardíaco irregular (arritmia). Esse batimento cardíaco irregular pode dar origem a palpitações cardíacas e a uma série de sintomas, tal como a fadiga. A arritmia resulta no mau bombeamento do sangue. Consequentemente, por vezes formam-se coágulos. Se os coágulos rebentarem e forem em direcção ao cérebro poderão provocar um AVC.”