Cabo Verde interdita entrada a estrangeiros não residentes que tenham estado no Senegal
Numa conferência de imprensa, a ministra da Saúde cabo-verdiana, Cristina Fontes Lima, clarificou que todos os voos regulares mantêm as suas operações, mas com limitações quanto à prestação de serviços em escala, conforme as directivas emitidas pelas autoridades sanitárias.
"As tripulações estrangeiras não residentes dos voos regulares e das embarcações que, nos últimos 30 dias, tenham estado no Senegal, não poderão entrar no território nacional, ficando sujeitas ao cumprimento rigoroso das directivas emitidas pelas autoridades sanitárias, aeronáuticas e marítimas", avançou.
A ministra, que participou recentemente na reunião dos ministros de Saúde da CEDEAO para analisar a situação do Ébola na região, reafirmou ainda que todos cabo-verdianos e estrangeiros residentes oriundos de qualquer dos outros países afectados ficam sujeitos a "rigorosas medidas de controlo sanitário" à entrada e durante os 21 dias subsequentes.
"O Governo insiste na importância de todos, nacionais e estrangeiros residentes, evitarem mesmo deslocar-se aos países afectados, nestes incluindo agora o Senegal", continuou Cristina Fontes Lima, recordando que se trata de um reforço e monitoramento da resolução tomada pelo Governo cabo-verdiano no dia 20 de agosto.
"Trata-se de aplicar ao Senegal as medidas que vínhamos aplicando nos outros países - Libéria, Serra Leoa, Guiné Conacri, Nigéria E República Democrático do Congo - com a diferença que temos uma fronteira área com o Senegal", prosseguiu a governante cabo-verdiano, para quem o Governo está a tomar todas as medidas que se impõem para prevenir a entrada do vírus no país.
"Cabo Verde está consciente que, tomando as medidas, está, de uma forma eficaz e equilibrada, a contribuir para se fazer parar a doença e garantir que continuemos livres do vírus", observou.
Questionada se a interdição de entrada a todos os estrangeiros que passam pelo Senegal poderá afetar as relações entre os dois países, Cristina Fontes Lima disse que não, uma vez que há um "esforço conjunto" para conter a propagação da doença.
Cristina Fontes Lima informou ainda que os ministros da Saúde da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tomaram medidas para o reforço da vigilância nas fronteiras da região e criaram dispositivos e uma ficha sanitária para seguir o viajante.
Para evitar que algum dos países afectados pela doença fique isolado, os ministros de Saúde de CEDEAO recomendaram aos ministros dos Negócios Estrangeiros que estabelecem corredores humanitários e que criem um plano sanitário para a região económica.