Curso pretende formar militares na prestação de primeiros socorros
“As forças de segurança, de operações especiais e forças armadas estão vocacionadas para uma função específica de combate e de segurança e a questão de saúde tem ficado para trás”, contou Rodrigo Catarino, coordenador do curso, sublinhando que esta iniciativa permite que um militar possa “efectuar algumas intervenções que podem salvar a vida de operacionais feridos em combate”.
O curso, que na primeira edição conta com dois especialistas americanos associados à medicina militar, terá 16 horas de formação, distribuídos por dois dias, e vai decorrer no Hospital Militar Regional de Coimbra. Na primeira edição, a associação convidou operacionais de forças como a Polícia de Segurança Pública, Comandos e Fuzileiros, procurando no futuro “estabelecer protocolos de cooperação e formação nesta área específica”.
“O objectivo da formação é criar os primeiros instrutores em Portugal para depois massificar o curso no país”, referiu o coordenador, explicando que em Portugal havia uma lacuna neste tipo de formação. Na intervenção, procura-se “tratar a vítima, prevenir a existência de mais vítimas e cumprir a missão”, sem nunca “descurar a táctica da operação”, disse à agência Lusa Rodrigo Catarino.
Os participantes são preparados para três fases distintas: “os cuidados sob fogo, em que as intervenções são limitadas, o socorro em campo táctico, em que não há o perigo iminente de serem atingidos, efectuando uma abordagem mais exaustiva, e a evacuação táctica em que se podem acrescentar mais intervenções durante o transporte do ferido”, explanou. Segundo o responsável, o projecto pretende que os operacionais possam actuar nas “principais causas de morte evitáveis”, sendo elas as “hemorragias exsanguinantes, pneumotórax hipertensivo e obstrução da via aérea”.
A associação sem fins lucrativos já desenvolve o curso de Apoio Pré-hospitalar ao Traumatizado (PHTLS), que é realizado “na mesma óptica, mas de âmbito civil”, explicou.
O início do curso vai contar com a presença do director dos serviços de saúde do Exército, Esmeraldo Alfarroba.