Sindicato dos Enfermeiros denuncia "grave carência"
Segundo o coordenador do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) no Alentejo, Edgar Santos, “faltam várias dezenas de enfermeiros no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE)”, o que está a “levar à exaustão” os profissionais existentes e “diminui a qualidade dos cuidados prestados aos utentes”.
O sindicalista falava à agência Lusa na sequência de um plenário de enfermeiros do Hospital do Espírito Santo, realizado ontem à tarde.
Os profissionais decidiram mandatar o sindicato para solicitar uma “reunião, com carácter de urgência, à administração do HESE”, com vista à resolução dos problemas que relataram, explicou o dirigente.
“Na sexta-feira, fruto da decisão do plenário, vamos enviar o pedido de reunião”, disse Edgar Santos, aludindo a “uma grave carência de enfermeiros” no HESE: “Há serviços em que faltam 11 enfermeiros”, exemplificou.
O trabalho, continuou, “está a ser distribuído pelos profissionais existentes e ao serviço, o que implica atropelos nos horários de trabalho, com uma sobrecarga de horas que consideramos inadmissível”.
A situação, de acordo com Edgar Santos, não só prejudica os trabalhadores, mas também “penaliza os utentes”, pois “não há prestação de cuidados de saúde de qualidade com esta carência grave de enfermeiros”.
Além disso, acusou o SEP, o HESE “não fez qualquer pedido à Administração Regional de Saúde para admissão de mais enfermeiros, mas está agora a fazer contratualização com uma empresa para ter enfermeiros a recibos verdes”.
Edgar Santos disse que estas situações devem ser abordadas na reunião que o SEP vai manter com o ministro da Saúde, Paulo Macedo, no próximo dia 27.
Após essa reunião e o encontro com a administração do HESE, os enfermeiros desta unidade hospitalar alentejana vão voltar a reunir-se em plenário, ainda sem data marcada.
Contactado pela Lusa, o HESE esclareceu que “toda a equipa de enfermagem tem garantida a qualidade e a segurança dos cuidados prestados aos utentes”.
“O HESE já se reuniu com o sindicato e continua disponível para agendar nova reunião”, limitou-se a acrescentar o hospital, numa resposta escrita enviada à Lusa.