Centro Hospitalar do Algarve recebeu 74 ME em verbas adicionais
Num comunicado de resposta a novos alertas por parte dos sindicatos do sector sobre a falta de recursos humanos e materiais na região, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve realçou que, além das vagas que estão - e vão ser - abertas para médicos, “o fornecimento dos materiais de consumo clínico encontra-se neste momento normalizado”.
Num ponto de situação sobre o Centro Hospitalar do Algarve (CHA), a ARS refere que, desde Janeiro, foram contratados oito médicos assistentes, quatro especialistas e quatro de medicina geral e familiar, bem como 43 enfermeiros, um técnico superior e dois de diagnóstico e terapêutica.
“De 2011 a 2013 foram canalizadas verbas adicionais de convergência para reequilíbrio financeiro e regularização de dívidas a fornecedores das unidades hospitalares na região do Algarve no montante de 74 milhões de euros”, salientou aquela entidade, que destacou que 69 milhões destinaram-se ao pagamento de dívidas a fornecedores "para evitar o corte de fornecimentos".
A ARS do Algarve acrescentou que “estão a ser desenvolvidas as medidas necessárias que permitam reduzir os custos de exploração e assegurar a sustentabilidade financeira dos hospitais, de forma a minimizar a situação que se verificava de falta de capacidade de resposta às necessidades em saúde das populações e com custos de exploração demasiado elevados, objectivos impossíveis de alcançar com a manutenção do funcionamento de duas unidades hospitalares de forma autónoma”.
Na segunda-feira, o coordenador regional do Algarve do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Nuno Manjua, disse que vai ser proposta uma greve, em plenários nos hospitais de Faro, Lagos e Portimão, contra a falta de recursos humanos e materiais.
Em conferência de imprensa conjunta com o Sindicato da Função Pública do Sul e Açores, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul e a União dos Sindicatos do Algarve, Nuno Manjua afirmou não compreender “o cinismo” de um anúncio por parte do Governo para o recrutamento de 100 médicos para a região, uma vez que são vagas que se sabe “à partida que não vão ficar preenchidas”.
Os sindicatos recordaram que há perto de 150 mil algarvios sem médico de família, que se têm verificado atrasos nas ecografias obrigatórias para grávidas por falta de médicos, além de uma resposta “praticamente inexistente” ao nível da psiquiatria para adolescentes, entre muitas outras problemáticas ligadas à falta de meios humanos e materiais.