Americanos criam 'milagre' que pode curar Ébola
Este tratamento, gizado por americanos, já 'salvou' duas pessoas com Ébola. É tão promissor que já foi enviado para a Nigéria, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para os riscos colaterais, conta a CNN, citada pelo portal Notícias ao Minuto.
Kent Brantly e Nancy Writebol temeram o pior quando descobriram que estavam infectados com Ébola. A saúde destes dois missionários enfraquecia de dia para dia e os prognósticos eram reservados. Desesperados, deixaram-se submeter a um tratamento que apenas havia sido experimentado em macacos mas que se apresentava já como promissor. O ZMapp foi administrado através de uma injecção e que tanto Brantly como Writebol estão, para já, a salvo.
A notícia desta hipotética cura para o Ébola é avançada pela CNN que explica que o tratamento, num primeiro teste, permitiu que seis de oito macacos infectados com o vírus sobrevivessem. Os macacos que resistiram receberam o tratamento entre 24 e 48 horas após terem sido expostos à infecção. Um dos animais que não recebeu a injecção acabou por falecer cinco dias após ter sido contaminado com o Ébola.
Contudo, em Kent Brantly o tratamento administrado dado apenas nove dias após o aparecimento da infecção e, por enquanto, o resultado é bastante satisfatório. O missionário viu a sua saúde melhorar em apenas uma hora, começou a respirar melhor, a erupção que tinha no corpo desapareceu e é já capaz de andar pelos próprios pés. O próprio descreveu o medicamento como “milagroso”, cita a CNN.
Writebol também recebeu o tratamento mas a sua resposta não foi tão rápida, descreveram à CNN fontes próximas ao tratamento. No entanto, assim que foi administrada uma segunda dose, as melhorias surgiram de forma repentina.
O que é o ZMapp
O ZMapp foi desenvolvido empresa Mapp Biopharmaceutical, sediada em San Diego, nos Estados Unidos, e a Defyrus Inc. (Toronto, Canadá) e trata-se de um anticorpo monoclonal retirado de ratinhos expostos ao vírus. Este ‘fármaco milagroso’ actua impedindo que o vírus se propaga e infecte novas células, explica a CNN.
Os frascos ZMapp, armazenados em temperaturas abaixo dos zero graus, já chegaram ao hospital na Libéria onde Brantly e Writebol estavam a ser tratados (e onde possivelmente foram infectados).
Os médicos foram informados que o soro deve descongelar à temperatura ambiente sem qualquer tipo de calor adicional. De acordo com a CNN, a injecção pode ser dada entre oito a dez horas após o descongelamento do soro.
OMS alerta para riscos
Embora os resultados se apresentem promissores, o porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS), Gregory Hartl advertiu que as autoridades de saúde que “não podem começar a usar medicamentos não testados durante um surto”, cita a publicação.
De realçar que o ZMapp não foi aprovado para uso humano e nem sequer passou pelo processo de ensaio clínico, que é obrigatório para comprovar a segurança e eficácia de um medicamento, lê-se na CNN.
O Ébola febre hemorrágica viral afecta o sistema imunitário, podendo provocar graves sangramentos internos e externos. Os primeiros sintomas incluem o início súbito de febre, fraqueza, dores musculares, dores de cabeça e dor de garganta. Mais tarde, os infectados sentem fortes vómitos, diarreias constantes e enfraquecimento da função renal.