Ministro da Saúde ignora provedor e mantém concursos “ilegais”
Maria fez a especialidade em Lisboa. E, como os colegas, aguardou a publicação do concurso com as vagas a que poderia concorrer. Mas não havia nenhuma em Lisboa. Havia, em vez disso, uma vaga em Beja ou no Oeste, onde ficaria distante da família e do marido, que trabalha em Lisboa. Cinco meses depois abre novo concurso, com cinco vagas no hospital onde queria trabalhar. A indignação rebentou. Afinal, o concurso não era para si, mas para os alunos que terminaram na época seguinte. A solução é pôr o Estado em tribunal.
Há dezenas de médicos como Maria, que ficaram fora de concursos anteriores ou gostavam de mudar de local de trabalho. Ainda em Junho foi aberto um novo concurso, limitado aos médicos formados na primeira época de 2014.
O provedor de Justiça considera que estes concursos fechados são ilegais e sugere ao Ministério da Saúde que proceda a mudanças. Mas a tutela discorda e diz que está dentro da legalidade, admitindo estudar as preocupações quando revir o regime do internato médico.