Sociedade Portuguesa de Ginecologia

Contra diminuição da vacina HPV

A Sociedade Portuguesa de Ginecologia manifestou-se hoje contra a redução de três para uma dose de vacina contra o papiloma vírus humano (HPV), considerando que os estudos que sustentam essa diminuição são pouco consistentes.

A propósito de notícias recentemente divulgadas sobre a eventual redução do número de doses a administrar da vacina contra o HPV, a presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), Fernanda Águas, afirma que “o estudo em que se baseiam as notícias tem uma casuística pequena e avalia apenas a resposta imunitária, não permitindo tirar qualquer ilação quanto à efectiva prevenção da doença”.

Um estudo levado a cabo no National Cancer Institute (NCI), nos EUA, e publicado na segunda-feira [4 de Novembro] numa revista da especialidade, indica que uma única dose de vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), que é responsável por 70% dos cancros do colo do útero, poderá ser suficiente para dar imunidade de longa duração.

“Estes resultados põem em causa as recomendações actuais de que a vacina contra o HPV requer múltiplas doses para gerar uma resposta imune duradoura”, afirmou a principal autora da investigação, cujo trabalho foi publicado na revista Cancer Prevention Research.

De acordo com Fernanda Águas a administração de três doses da vacina “é fundamentada em estudos de grande dimensão efectuados ao longo de vários anos e que comprovam a eficácia da vacina relativamente ao objectivo final que é a redução da doença”.

“Face aos conhecimentos actuais, a SPG não vislumbra qualquer razão para alterar as recomendações, nacionais e internacionais, expressas no seu consenso sobre a vacina contra o HPV, publicado em 2010, e aconselha a que se devem continuar a administrar as três doses da vacina”, sublinha.

Para a responsável, a vacina contra o HPV “é o maior avanço científico e de saúde pública na prevenção do cancro genital”, além de que, em Portugal, os níveis de adesão das jovens a esta vacina são dos mais elevados do mundo e citados como exemplo a seguir por outros países.

Fonte: 
RCM Pharma
Nota: 
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