Especialista alerta para a importância

Prevenção do cancro de pele

Atualizado: 
18/01/2019 - 15:57
Iniciada oficialmente a época balnear, nunca é demais alertar a população que a prevenção é a melhor forma de evitar o cancro cutâneo.
Prevenção cancro de pele

“Não existem bronzeados saudáveis”, diz Osvaldo Correia, secretário-geral da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo. O dermatologista lembra que o bronzeado corresponde a uma resposta da pele a uma agressão. Ou seja, o bronzeamento ocorre quando os raios ultravioletas penetram nas camadas mais inferiores da epiderme, e até da derme, o que ocasiona maior produção de melanina como uma resposta à agressão. Por isso, uma exposição prolongada ou crónica origina um foto-envelhecimento precoce, seja pela exposição intensa ao sol, seja através do uso de solários, favorecendo o aparecimento das várias formas de cancro da pele, incluindo o mais agressivo, o melanoma. Assim, a prevenção seja primária, secundária, ou mesmo terciária, é fundamental.

Prevenção primária
A prevenção primária “consiste no desenvolvimento de estratégias para evitar comportamentos de risco, ou modificar as condições de exposição ambiental ou artificial”. Este tipo de prevenção, segundo Osvaldo Correia, “só é bem sucedido se os programas para grupos-alvo forem realizados de forma continuada, envolvendo esforços multidisciplinares (educadores, professores, enfermeiros, médico de família, farmacêutico, dermatologista, oncologista, médicos de medicina desportiva e do trabalho)”.

O especialista refere, por exemplo, “os programas educativos desde tenra idade que alertam para o risco de cancro de pele e a necessidade de ter uma relação saudável com a exposição UV, procurando horas de exposição adequada ao sol (evitar a exposição UV entre 11 e as 17 horas), procurar sombras, usar vestuário apropriado (chapéu e roupa com design adequado e tecidos que permitam uma protecção UV (UPF) elevada), não esquecer os óculos escuros (com protecção UVB/UVA de 100), aplicar protector solar nas áreas foto expostas (com factor de protecção solar ≥ 30, em quantidade e renovação adequada) e a forte recomendação em evitar o uso solários, que são comprovadamente carcinogénicos para a pele.

Já a prevenção secundária “inclui medidas de despiste e rastreio da população em geral, em particular de grupos de risco reconhecidos, a formação pós graduada dos médicos em geral, em particular dos médicos de medicina geral e familiar e a promoção do auto-exame, apoiada em textos e imagens fornecidos em folhetos, livros, apoiados pelas tecnologias audiovisuais e informáticas que hoje dispomos e amplificados pela comunicação social”.

Por último a prevenção terciária do cancro de pele “inclui o follow up adequado dos doentes com cancros de pele, tendo em consideração o tipo de pele, os factores genéticos e comportamentais bem como eventuais factores de risco adicionais como a imuno-supressão”, explica o dermatologista.

Importância do auto-exame
Osvaldo Correia, alerta ainda para a importância do auto-exame. “Sendo a pele o maior órgão do corpo humano, correspondendo a cerca de 18% do peso corporal (cerca de 4Kg e 2m2 de superfície total no adulto), e sobretudo pela sua possibilidade única de observação a olho nu, cada indivíduo deverá responsabilizar-se pela sua observação frequente – o auto exame da pele”. Esse acto mais ou menos simples, consoante a zona a observar, pode ser acompanhado de fotografia digital para uma melhor comparação, e assim poder alertar o próprio ou os familiares para lesões novas ou em transformação.

Em conclusão, o especialista deixa a mensagem:”é fundamental a prevenção primária não só nas crianças, mas nos adolescentes e adultos jovens a fim de reduzir os riscos da exposição intensa aos raios ultravioleta (UV). A prevenção primária permitirá diminuir a incidência de cancros da pele, deverá ser sempre combinada com a prevenção secundária, com o objetivo de detecção e tratamento precoce dos vários tipos de cancros da pele (nomeadamente das várias formas do carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma) a fim de diminuir a morbilidade e mortalidade associadas e a terciária, com follow up adequado dos doentes com cancros de pele, em particular daqueles com melanoma, pois têm risco acrescido de novos cancros da pele”.

 

Autor: 
Célia Figueiredo
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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