Nasceram menos 7 mil crianças em 2012
A sociedade portuguesa está cada vez mais envelhecida e dependente. Desde que o País assinou o memorando de entendimento com a troika, em 2011, até ao final do ano passado nasceram menos 7015 crianças, num total de 89 841 nados-vivos, número que, pela primeira vez desde que há registo, ficou abaixo dos 90 mil nascimentos.
Os dados provisórios das Conservatórias do Registo Civil revelam que, só este ano, entre Janeiro e Julho, nasceram 46 406 crianças, a maioria das quais do sexo masculino (23 652), o que reflecte um decréscimo de 9,8% face ao período homólogo.
Mas não é apenas na natalidade que o País está em crise. Só num ano, a população residente, num total de 10 487 289, cuja maioria é do sexo feminino (cerca de 5,5 milhões), perdeu 55 109 habitantes. Parte da explicação está no agravamento da tendência de envelhecimento demográfico, “resultante da redução do peso da população jovem, da população em idade activa e ainda do aumento da proporção de pessoas idosas (de 19% em 2011 para 19,4% em 2012)”.
Outra explicação é o “aumento da longevidade e o crescimento dos fluxos migratórios”, explica o Instituto Nacional de Estatística (INE), no documento relativo às Estatísticas Demográficas de 2012, ano em que o saldo migratório se manteve negativo: o número de emigrantes permanentes (51 958) ultrapassou o de imigrantes (14 606), resultando num saldo negativo (- 37 352) “mais acentuado do que o estimado para 2011 (- 24 331)”, revela o INE.
Por outro lado, as estimativas para 2011 apontavam para que tenham saído do País por um período inferior a um ano 56 980 pessoas. Em 2012, essa estimativa subiu para 69 460 pessoas, mais 12 480.