Menos 700 nascimentos até Junho

Natalidade continua em queda

A natalidade em Portugal voltou cair no primeiro semestre. Até Junho nasceram menos 696 crianças, revelou Laura Vilarinho, responsável da Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, que segue a evolução dos nascimentos no país com base na realização do teste do pezinho entre o 3º e 6º dia de vida.

Nasceram neste período 39 320 crianças, contra 40 025 no ano passado. A queda é mais ligeira do que a se registou de 2012 para 2013, já que só no primeiro semestre do ano passado nasceram menos 4000 crianças. Mas, se a tendência continuar nos próximos meses, 2014 superará o mínimo de nascimentos registados o ano passado em território nacional – 82 787. Essa é a ilação que Laura Vilarinho sublinha do balanço: “A queda mais expressiva foi o ano passado, o que acontece é que ainda não estamos a aumentar a natalidade no nosso país.”

Este é o quarto ano consecutivo em que os nascimentos estão em queda, depois de uma folga em 2010. A diminuição de nascimentos verifica-se desde 2000. Ainda assim, o problema demográfico só este ano voltou à agenda política com a nomeação por parte do governo de um grupo de trabalho encarregue de propor medidas ao governo.

O grupo, liderado por Joaquim Azevedo, membro do Conselho Nacional de Educação e professor da Universidade Católica do Porto, vai apresentar as propostas ao primeiro-ministro ainda este mês. O professor universitário adiantou que a sessão de divulgação dos resultados ainda não tem data certa mas irá ocorrer entre os dias 14 e 17.

Logo após a nomeação, Joaquim Azevedo apontou economia e educação como duas esferas de intervenção. “A maioria das empresas não é amiga da natalidade”, defendeu. O responsável sublinhou ser essencial essencial “estabilizar” a natalidade, classificando a descida dos últimos anos de “alerta supervermelho.”

Aguardando-se as propostas concretas, do lado do governo já houve uma indicação de que pelo menos uma das intervenções já não terá lugar este ano. O tema da natalidade surge no Documento de Orçamento e Estratégia 2014-2018 como uma das variáveis que segundo o governo irão pesar na reforma do IRS, que tem Setembro como prazo de conclusão.

 

O documento conhecido no final de Abril aponta para um “reforço das políticas fiscais familiares, de forma a contribuir para a inversão do actual défice demográfico na sociedade portuguesa.”

Fonte: 
iOnline
Nota: 
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