Estudo indica

Pais com filho autista têm menos 33% de probabilidade de voltar a procriar

Os pais com um filho autista têm 33% menos probabilidade de virem a ter mais filhos em comparação com as famílias que não são afectadas por aquela síndrome, segundo um estudo publicado ontem nos Estados Unidos.

"Apesar de sabermos que os pais que têm um filho com problemas do espectro do autismo estão mais reticentes em ter outros, este estudo é o primeiro a debruçar-se sobre esta questão apoiando-se nas estatísticas", refere Neil Risch, principal autor do estudo e director do Instituto de Genética Humana da Universidade da Califórnia, citado pela agência France Presse.

A maior parte das investigações realizadas até agora sobre o risco hereditário do autismo não têm em conta uma possível decisão dos pais de não ter mais filhos.

Segundo os autores da investigação, publicada ontem na revista científica "Journal of the American Medical Association, ter em consideração a decisão dos pais de uma criança autista de não voltar a procriar faz rever em alta o risco estatístico de ter um segundo filho com autismo.

Actualmente, as estatísticas apontam para uma probabilidade de ter outro filho autista de 8,7%, quando deveria ser reavaliada para 10,1%.

"Este estudo é o primeiro a mostrar estatisticamente que a decisão de não voltar a reproduzir é uma realidade entre os pais com uma criança autista", frisa o principal autor.

Os investigadores basearam-se nas fichas clínicas de 19.710 famílias da Califórnia com crianças com autismo nascidas entre 1990 e 2003, comparando-as com 36.215 outros agregados sem filhos afectados pela síndrome.

Assim, concluíram que as famílias cujo primeiro filho era autista tinham 33% menos probabilidade de ter um segundo, em comparação com os pais do grupo de controlo.

Fonte: 
Jornal de Notícias Online
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Foto: 
ShutterStock