Tratamento de lesões desportivas é possível com recurso a células estaminais criopreservadas
A investigação envolveu 55 pacientes com idades compreendidas entre os 18 e 60 anos submetidos a uma intervenção cirúrgica de remoção total ou parcial de um menisco rasgado.
Os pacientes foram divididos em três grupos: o grupo A recebeu um dose de 50 milhões de de células estaminais mesenquimais após uma semana da operação; o grupo B recebeu uma dose de 100 milhões; e o Grupo de Controlorecebeu apenas hialuronato de sódio. Os resultados finais demonstraram que o grupo A e B obteve um aumento significativo do volume do menisco durante o primeiro ano mas, em oposição, nenhum dos pacientes do grupo decontrolo chegou sequer ao limiar de 15% no aumento do volume. Os pacientes do grupo A e B que sofriam com osteoartrite também sentiram uma redução na dor, ao contrário do grupo de controlo.
“A eficácia da aplicação de células estaminais no tratamento das contusões desportivas mais comuns, como a lesão no menisco, tem vindo a ser comprovada com sucesso ao longo dos anos. Estas células estaminais adultas podem ser retiradas da medula óssea, do sangue periférico ou da gordura do próprio paciente mas o processo de colheita é muito invasivo, doloroso e possui um elevado risco de infecção para o dador. Como tal, a criopreservação das células estaminais provenientes do tecido do cordão umbilical dos filhos - um processo completamente não invasivo, indolor e sem qualquer risco para a mãe e para o recém-nascido - começa a ser cada vez mais pensado pelos pais, não só pela prevenção da saúde das suas crianças mas também da família, uma vez que as células estaminais mesenquimais indiferenciadas do bebé são 100% compatíveis com familiares directos”, explica Héder Cruz, director da ECBio, empresa que desenvolveu o método de isolamento de células estaminais do tecido do cordão umbilical utilizado pela Cytothera.
A lesão do menisco é uma das lesões desportivas mais comuns, especialmente no futebol, com uma taxa de insucesso de operações que pode chegar até aos 45%, o que implica que, mais tarde, os pacientes tenham de voltara sofrer intervenções cirúrgicas. Mesmo nos casos de sucesso, após várias intervenções cirúrgicas, a capacidade do atleta na prática desportiva pode ainda ficar fortemente debilitada. A aplicação da terapêutica com recurso a células estaminais poderá vir a ser uma opção viável para acelerar a recuperação e evitar paragens prolongadas dos atletas ou, até mesmo, o fim da sua carreira. No futebol português, são vários os atletas que já sofreram esta lesão: Pedro Mantorras, Nuno Gomes, Pedro Barbosa, entre outros.