Ordem dos Enfermeiros realiza conferência sobre novo modelo profissional
A iniciativa insere-se num ciclo de conferências “Acreditação dos Contextos de Prática Clínica Passo a Passo…”, que decorre até Janeiro de 2015 nas seis capitais de distrito da Região Centro e na cidade da Covilhã. Teve início em abril em Aveiro, e em maio decorreu em Leiria.
Cada uma das sessões será dedicada a um dos “sete pilares” do MPD, e visam dotar os enfermeiros de mais informação sobre um modelo já aprovado pela Assembleia da Republica, com a publicação da Lei nº111/2009 de 16 de Setembro, no seu artigo 7º e que aguarda apenas a sua operacionalização por parte do Ministério da Saúde, integrada na nova alteração estatutária, actualmente em fase discussão.
A conferência programada para o dia 12, das 16h30 às 18h30 no auditório da Unidade Local de Saúde da Guarda, E.P.E., intitula-se “SIE, Organização em torno da sistematização do processo de tomada de decisão”. O palestrante é o Enf.º Renato Pinto (GASIE - Grupo de Acompanhamento dos Sistemas de Informação em Enfermagem da OE).
“Pretendemos que os colegas entendam melhor as vantagens que o MDP tem para si, para as instituições de saúde e para a população”, sublinha o Presidente do Conselho de Enfermagem Regional do Centro (CERC), Enfº Hélder Lourenço.
É convicção de que o novo Modelo de Desenvolvimento Profissional (MDP) trará “uma melhoria efectiva da qualidade dos cuidados prestados” aos cidadãos.
A prática tutelada em enfermagem – explica o Enfº Hélder Lourenço - deve acontecer em determinadas condições que garantam a qualidade dos processos de desenvolvimento profissional e de certificação de competências e no cumprimento destes requisitos, cada serviço/unidade de saúde realizará um processo gradual e progressivo de melhorias contínuas no seu funcionamento.
A formulação dos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, o enquadramento conceptual e os enunciados descritivos da qualidade dos cuidados, constitui-se como um sólido referencial para a determinação das condições e requisitos de idoneidade formativa dos contextos de prática clínica tutelada, acrescenta.
Outra das condições basilares é que o mesmo ocorra segundo um modelo próprio de supervisão clínica, baseado num referencial de competências que visa a qualidade e a experiência profissional.
Serão esses supervisores clínicos certificados pela OE que assumirão a formação tutelada dos novos enfermeiros. Após a licenciatura, estes, terão de ser acompanhados por um supervisor clínico num período temporal definido provisoriamente entre nove meses a um ano, findo o qual poderão obter a cédula profissional definitiva.
Actualmente um licenciado em enfermagem requer à Ordem dos Enfermeiros a sua Cédula Profissional. Com o MDP passará a receber uma cédula provisória, e só depois de realizar positivamente o seu exercício profissional tutelado (EPT) é que terá o título definitivo.
“Há estudos que referem que 60 por cento dos erros em Enfermagem acontecem no primeiro ano do exercício profissional”, realça o Presidente do CERC, frisando que o acompanhamento do enfermeiro por um supervisor clínico durante a fase inicial da sua carreira também contribuirá para melhorar a qualidade dos cuidados prestados à população.