Europacolon no Parlamento

Oposição a rastreio ao cancro do intestino proposto por DGS

A Associação de Luta Contra o Cancro do Intestino – Europacolon é hoje ouvida na Comissão de Saúde, onde vai manifestar a sua oposição ao rastreio à doença proposto pela Direcção-Geral da Saúde, que classifica de “enganador” para a população.

“O rastreio oportunístico proposto já existia e era ineficaz. Parece-nos redutor e enganador que se continue a deixar na dependência da boa vontade dos médicos dos cuidados de saúde primários o convite não organizado a que os doentes, que vão à consulta por outra razão, façam o rastreio”, defendeu, em declarações, o presidente da Europacolon, Vítor Neves.

O responsável considerou como um “acto agressivo e criminoso”, “demasiado cruel”, que não se faça em Portugal um rastreio organizado de base populacional para o cancro do intestino, à semelhança dos tumores da mama ou do colo do útero.

Vítor Neves lembrou que o cancro do intestino mata em Portugal quase quatro mil pessoas por ano, ao mesmo tempo que surgem oito mil novos casos.

“Isto é os portugueses a continuarem enganados. Fala-se em rastreio, mas não é rastreio nenhum", disse o presidente da Europacolon, referindo-se a uma norma da Direcção-Geral da Saúde (nº 3/2014) publicada no final de Março.

Para esta associação, que junta doentes e médicos, esta norma apenas reintroduz uma medida que já existe e que não está a funcionar.

“É uma mortalidade avassaladora, uma questão de saúde pública que está a ser insistentemente ignorada pelo ministro da Saúde. Em 2014 morrerem quase quatro mil pessoas por ano por uma doença que é rastreável, já chega, já chega”, refere o presidente Europacolon.

O que a associação defende é um rastreio organizado, em que os centros de saúde convocam especificamente os utentes numa determinada faixa etária para realizarem, anualmente, o exame ao sangue oculto nas fezes. Em caso positivo, esses doentes devem fazer colonoscopia de forma imediata.

Fonte: 
Sapo Saúde
Nota: 
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