Câmara de Sintra cede três funcionários a centro de saúde
O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, anunciou nesta terça-feira a cedência “a título excepcional” de três funcionários do município à extensão de saúde de S. João das Lampas, para evitar o encerramento da unidade no período das férias de Verão, entre Julho e Setembro.
“A cedência é a título excepcional, é uma iniciativa da Câmara e espero que o Ministério da Saúde aceite”, disse ao Público o presidente da autarquia, Basílio Horta. A alternativa, continua, era “não fazer nada, deixando os utentes durante três meses sem consultas”.
Segundo o presidente da câmara, a direcção do Agrupamento de Centros de Saúde Sintra-Mafra comunicou a impossibilidade de manter aberta a extensão de saúde de S. João das Lampas durante o Verão, devido à ausência de funcionários administrativos, por motivo de férias ou aposentação. “Se o atendimento fosse suspenso, os utentes teriam que ir para a Terrugem [a cerca de quatro quilómetros], não podíamos permitir”, afirmou Basílio Horta.
A cedência foi anunciada na reunião pública, depois de a União de Freguesias de S. João das Lampas e Terrugem ter emitido um comunicado a anunciar o “encerramento temporário” da unidade. Este comunicado motivou uma petição pública, que esta tarde [20 de Maio] tinha quase 50 assinaturas, na qual se pede a “firme intervenção dos órgãos autárquicos”.
“Estão cerca de 7000 utentes inscritos nesta unidade de saúde, com instalações modernas e recentes, feitas de raiz para o efeito, após longos anos de luta do povo (mais de 20) pela sua construção”, lê-se na petição. Os signatários temem que esteja a ser preparado o encerramento definitivo das instalações.
Já em Janeiro, a autarquia tinha aprovado uma moção proposta pelo movimento independente Sintrenses com Marco Almeida, a exigir ao Governo que assegurasse os meios humanos com vista ao normal funcionamento da rede de saúde pública no concelho.
“Nunca se assistiu a uma tão grande falta de meios humanos nas unidades de saúde”, referia a moção, salientando que, “a par da permanente insuficiência de médicos de família, acresce agora a redução drástica de enfermeiros e administrativos, como também de técnicos especializados, por via da [não] renovação de contratos”.