Um quarto dos rastreados com risco de melanoma
Os resultados do rastreio do dia do Euromelanoma de 2013, feito pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) e agora divulgados, abrangeram 1.245 pessoas com uma idade média de 46 anos, das quais 66% nunca tinham feito um rastreio de cancro de pele, com observação por um médico.
A APCC sublinha que 31% das pessoas rastreadas tinham actividades profissionais ao ar livre e que mais de metade (54%) admitiu ter antecedentes de queimadura solar antes dos 18 anos.
Metade dos rastreados nunca colocava qualquer protector quando exposta ao sol fora da praia e “apenas 66% referiram colocar sempre protector solar quando expostos intencionalmente ao sol, na praia”, refere a APCC.
Na população estudada foi feito o diagnóstico clínico de “nevos atípicos” em 279 pessoas.
Os nevos atípicos são sinais irregulares na cor, no bordo ou de diâmetro maior que 5 mm, com mais risco de evoluírem ou se associarem a melanoma.
Em 73 pessoas foram identificadas “queratoses actínicas”, que são manchas potencialmente precursoras de um tipo de cancro que é o carcinoma espinocelular.
A APCC identificou ainda 20 pacientes com suspeita clínica de melanoma e 36 com suspeita clínica de carcinomas (basocelular ou espinocelular).
Para a associação, estes números “mostram a necessidade de reforçar os cuidados a ter com o sol, sobretudo naqueles com exposição ocupacional ao sol e também naqueles praticantes de desporto ao ar livre”.
Por isso, organiza um congresso de fotoeducação, denominado “Sol e pele: saber conviver. Cancro da pele em 2014”, que decorre nos dias 16 e 17 em Lisboa.
O congresso decorrerá na Universidade Católica e na Clínica Universitária do Hospital de Santa Maria e terá duas vertentes: uma formativa e outra clínica.
A primeira é dirigida a profissionais de educação e de saúde, com o objectivo de aperfeiçoar o seu conhecimento e poderem ser agentes de sensibilização para os cuidados a ter e saberem fazer o despiste precoce dos cancros de pele.
A vertente clínica é dirigida a médicos de diversas especialidades -- como oncologia, pediatria e medicina geral e familiar - e consiste num curso teórico e prático sobre oncologia cutânea.
Inquéritos realizados em 2013 pela APCC revelaram que os profissionais de saúde e de educação estão pouco informados sobre o cancro da pele e sentem necessidade de ter mais conhecimentos sobre a doença.