Dia Internacional do Enfermeiro
Desde há algum tempo a esta parte que se tem verificado uma crescente criação de “dias internacionais”. O objetivo é assinalar efemérides, eventos ou ações específicas - são vários os exemplos que podemos encontrar: da criança, da mulher, da felicidade, dos direitos humanos, do jazz, do enfermeiro, entre muitos outros.
Terão estes “dias” sido instituídos por necessidade de afirmação dos seus comemorantes, ou terão sido os cidadãos a conferir-lhes importância merecedora de tal privilégio?
Oferecendo-lhe o “seu dia” será a forma de ambos se vincularem no que ambos esperam do outro? Será um ato recompensatório através da responsabilização positiva tão comummente usada na socialização do ser humano?
Nada nos move contra os “dias internacionais”, até porque a vida faz-se dia-a-dia. Contudo, sugerimos um certo cuidado para não deixarmos que a essência neles representada se restrinja apenas ao próprio, mas que se estenda, de igual modo, aos restantes 364 dias do ano.
Os “dia Internacionais” estão associados, com relativa frequência, a uma personalidade ou organização. Ao evocar determinada “entidade” recorda-se sobretudo a sua contribuição para a sociedade. Atrevemo-nos mesmo a dizer … humanidade. Tal obra que não foi concebida num só dia, mas antes numa vida, como é o caso de Florence Nightingale, enfermeira.
O dia 12 de Maio – Dia Internacional do Enfermeiro – coincide simbolicamente com a sua data de nascimento. É, provavelmente, a enfermeira mais conhecida do mundo e tida como a percursora da era moderna da profissão.
Florence Nightingale foi mulher inteligente e com excelente formação, visionária, dedicou todo seu esforço em atenção aos mais frágeis, vítimas e doentes. Volvidos 104 anos da sua morte, hoje, os enfermeiros perpetuam o seu legado de forma científica e com elevado rigor técnico e humano.
Atualmente a classe de enfermagem convive com a tecnologia de ponta, mas recorre, também, ao simples toque (que faz toda a diferença). São auxiliados por programas informáticos especialmente desenvolvidos para a sua prática, mas empregam os gestos e a palavra como mais nenhum profissional consegue. Integram e tripulam equipas altamente diferenciadas, mas é pelo olhar que estabelecem o primeiro contacto. Investem anos em formação, mas estão ao seu lado a todo o momento.
Os enfermeiros existem em toda a amplitude do sistema de saúde - nos momentos de tristeza ou de alegria.
Exercem dentro de quatro paredes ou debaixo dos pirilampos azuis da emergência. Pode encontrá-los nos helicópteros, nos hospitais, centros de saúde, veículos de emergência, lares, maternidades, entre tantas outras instituições de saúde e ensino.
Pense nisto: um qualquer dia da sua vida, se estender a sua mão, provavelmente, encontrará a mão de um enfermeiro; ao abrir os seus olhos, provavelmente encarará com um enfermeiro; se dores ou a agonia se apoderarem de si, provavelmente, serão atenuadas por um enfermeiro.
Muito provavelmente, o caro leitor veio ao mundo pelas mãos de um enfermeiro. Os seus filhos também. O mesmo se aplica aos netos e futuras gerações.
Tudo isto acontece na certeza de que os enfermeiros cuidam de si, não apenas no dia 12 de Maio, mas em todas horas de todos os dias do ano.
O tempo corre e os enfermeiros permanecem. Sempre. Com competência e empenho.
Bem-hajam, senhores enfermeiros!