Sociedade Portuguesa de Nefrologia alerta

Doença Renal Poliquística é uma das doenças hereditárias mais frequentes em Portugal

A Doença Renal Poliquística, também conhecida como Síndrome Renal Poliquística é uma doença hereditária, de carácter progressivo, que afecta os rins. A Doença Renal Poliquística é uma das doenças hereditárias mais frequentes em Portugal, estimando-se que afecte uma em cada 3019 pessoas.

A Doença Renal Poliquística (DRP) caracteriza-se pela presença de vários quistos em ambos os rins. “Os quistos renais são dilatações dos tubos renais. Os rins são constituídos por milhões de nefrónios e cada nefrónio é constituído por uma cápsula ligada a um tubo”, explica a Dra. Fernanda Carvalho, nefrologista e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN).

“A doença é, na maior parte dos casos, silenciosa e não manifesta sintomas, pelo que as pessoas com rins poliquísticos não apresentam qualquer queixa. No entanto, cólicas renais, dor lombar, sangue na urina ou infecções urinárias são alguns dos sinais a que se deve ter atenção”, alerta a nefrologista.

A Doença Renal Poliquística pode ser Autossómica Dominante (DRPAD) ou Autossómica Recessiva. A Doença Renal Poliquística Autossómica Dominante tem, geralmente, início tardio e caracteriza-se pelo desenvolvimento progressivo de quistos renais e pelo aumento bilateral dos rins. Normalmente os doentes com DRPAD desenvolvem insuficiência renal crónica a partir dos 60 anos. A Doença Renal Autossómica Recessiva é mais rara e pode causar a morte do feto ainda no útero ou do bebé durante o primeiro mês de vida. Os sinais e sintomas da doença são aparentes logo no nascimento ou na primeira infância.

A Doença Renal Poliquística não tem cura e os tratamentos disponíveis actualmente visam, essencialmente, reduzir o risco de doença cardiovascular nos doentes e impedir a evolução da insuficiência renal, atrasando o início da diálise. “O controlo da tensão arterial e os cuidados com a alimentação são essenciais para controlar a doença”, alerta a nefrologista.

Em Portugal, estima-se que cerca de 800 mil pessoas deverão sofrer de doença renal crónica. A progressão da doença é muitas vezes silenciosa, o que leva o doente a recorrer ao médico tardiamente, já sem qualquer possibilidade de recuperação.

Todos os anos surgem mais de dois mil novos casos de doentes em falência renal. Em Portugal existem actualmente cerca de 16 mil doentes em tratamento substitutivo da função renal (cerca de 2/3 em diálise e 1/3 já transplantados), e cerca dois mil aguardam em lista de espera a possibilidade de um transplante renal.

Fonte: 
LPM Comunicação
Nota: 
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