Mosquitos transgénicos vão ser libertados para combater o dengue
O projecto, que foi aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), consiste na introdução de dois genes adicionais que impedem o mosquito Aedes aegypti, popularmente conhecido por mosquito da dengue, de ter descendência viável. Com a manipulação, o mosquito pode reproduzir mas os descendentes morrem antes de atingir a idade adulta.
A técnica tem riscos biológicos e algumas organizações já alertaram que não há provas científicas para apoiar esta tese e o risco biológico que pode levar à erradicação da espécie.
No entanto, a bióloga molecular especializada em mosquitos e investigadora do projecto, Margareth Capurro, afirmou que “como cientista não posso dizer que o risco é zero, da mesma forma que uma vacina não tem uma eficiência de 100%. O que posso dizer é que o projecto funciona e que o potencial deste insecto geneticamente modificado é muito bom”.
Após três anos de experiências, a empresa britânica Oxitec vai ser a responsável por iniciar a produção em massa dos mosquitos. Depois da aprovação da CTNBio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária terá de aprovar o registo comercial do produto e controlar a sua saída para o mercado.
O dengue provoca vómitos, febre e dores musculares e ainda não existe uma vacina contra a doença comprovada.