Sistema portátil de detecção do cancro da mama
“Só é preciso analisar o sangue, não é preciso biopsia, é um procedimento muito simples”, explicou Hendrikus Nouws, professor adjunto do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) e investigador responsável pelo projecto cujos resultados preliminares são apresentados num seminário no Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto).
O sistema assenta num biossensor electroquímico portátil que irá analisar uma pequena amostra de sangue do paciente e detectar a presença de substâncias (biomarcadores) associadas ao cancro da mama.
A ideia do investigador é que o sistema não seja “nem muito caro, nem muito grande”, à semelhança dos mecanismos utilizados para medir a glicose em diabéticos, para que seja possível descentralizar a detecção do cancro da mama dos hospitais.
Nesta primeira fase, os ensaios com os biossensores foram feitos com amostras sintéticas, sendo a próxima fase a aplicação a amostras de doentes reais, para validação do sistema até ser possível a sua comercialização.
Hendrikus Nouws alertou, porém, que o sistema do biossensor para detecção do cancro da mama se encontra ainda numa “fase muito inicial” e que, sendo uma “área muito sensível”, faltam vários anos de testes e ensaios com amostras reais - para os quais será necessária a colaboração com o IPO - até ser validado pela própria comunidade médica.
Esta investigação, que está a ser desenvolvida desde 2009 pelo ISEP através do Grupo de Reacção e Análises Químicas e em parceria com o IPO-Porto, beneficiou de um financiamento 112 mil euros da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.