FNAM acusa Governo de querer fechar serviços e despedir profissionais
Em comunicado, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusa o Governo e "o seu ministro da Saúde" de desencadearem "o mais violento ataque para destruir o Serviço Nacional de Saúde", ao publicarem uma portaria que visa "proceder ao integral desmantelamento de toda a rede hospitalar pública". Esta organização refere-se ao polémico diploma que classifica os serviços, fazendo com que alguns hospitais percam especialidades. "Os objectivos fundamentais desta portaria são o encerramento arbitrário de serviços hospitalares, alguns deles de elevadíssima qualidade assistencial e dotados de sofisticada tecnologia, colocar os vários sectores de profissionais de saúde em mobilidade forçada, o despedimento de milhares de profissionais de saúde e a diminuição acentuada da capacidade de formação de novos profissionais", prossegue o comunicado.
A FNAM considera ainda que a medida vai levar ao encerramento da maioria das maternidades do país e conduzir a uma "diminuição acentuada da capacidade de resposta global do Serviço Nacional de Saúde". Segundo os sindicalistas, serão criadas "condições incontornáveis para uma rápida expansão das entidades privadas, à custa dos subsistemas de saúde". O facto de o Hospital de Santa Cruz perder valências como a cirurgia cardiotorácica torna "mais do que evidente que o Ministério da Saúde está a preparar, de facto, o encerramento" da instituição.
Na interpretação da federação sindical, a portaria irá levar a que "grande parte das maternidades" sejam encerradas, apesar de o ministro da Saúde, Paulo Macedo, já ter afirmado o contrário. "As várias declarações já emitidas pelo Ministério da Saúde negando o encerramento de qualquer maternidade ou qualquer redução de serviços é uma atitude lamentável e revela uma chocante falta de seriedade política", acrescenta a FNAM, que considera que a aplicação da portaria vai impossibilitar "muitos milhares de cidadãos" de "aceder aos serviços de saúde". Os sindicalistas apelam a todos os médicos e aos cidadãos, para se oporem a estas “novas e brutais medidas".