Instrumentos cirúrgicos Made in Portugal na mira de universidades brasileiras
Após ter participado, no final do mês de Março, no 34º Congresso Brasileiro de Cirurgia da Mão, realizado em Maceió, onde apresentou a técnica e os instrumentos cirúrgicos que concebeu para tratamento da STC, Dinis Carmo foi contactado por responsáveis da Universidade Federal de São Paulo, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e da Universidade Federal de Brasília, que lhe transmitiram pretender utilizar o seu método e a sua tecnologia.
“Fui igualmente contactado por dois distribuidores e por um grande fabricante, representante e distribuidor de material cirúrgico brasileiro, tendo em vista uma possível parceria, o que neste momento posiciona o Brasil como o país que está na linha da frente para se tornar no primeiro a nível mundial a registar uma utilização regular dos instrumentos e da técnica cirúrgica que desenvolvi”, revela Dinis Carmo.
De acordo com o cirurgião-ortopedista, que tem também sido contactado por diversos colegas provenientes de Santa Catarina, Porto Alegre, São Paulo e Salvador, é na adaptabilidade dos instrumentos cirúrgicos que desenhou que reside o “segredo” para explicar o grande interesse que os seus inventos suscitaram no Brasil.
“Os médicos-cirurgiões não têm necessidade, se assim o entenderem, de modificar a sua técnica habitual para realizar este tipo de cirurgias. Contudo, a utilização do conjunto de instrumentos cirúrgicos que desenvolvi permite-lhes executar incisões menores e, sobretudo, com muito mais segurança do corte a realizar para a libertação nervosa, evitando assim complicações inesperadas”, conclui.
A Síndrome do Túnel do Carpo (STC) é uma patologia da mão que afecta cerca de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, sobretudo mulheres a partir dos 35 anos de idade, e que se caracteriza por fortes dores, formigueiros e adormecimentos nocturnos a nível do punho, mãos e dedos, decorrentes, na maioria dos casos, de actividades que implicam o uso repetitivo das mãos, como os teclados e os ‘ratos’ dos computadores, sendo por isso apelidada como uma “doença do século XXI”.
Refira-se que os instrumentos cirúrgicos inventados por Dinis Carmo foram já alvo de um processo de patente apresentado junto da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), encontrando-se em fase ‘pendente’ em todos os países da União Europeia, bem como no Brasil, Austrália, Canadá, Japão, China, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, México, Índia e Israel.