Por falta de pessoal

Instituto Português do Sangue “em risco”

O Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) pode ver comprometido o funcionamento, devido a falta de profissionais, alertou ontem o sindicato do sector após uma reunião com os dirigentes do organismo.

É que, justifica o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Sintap), dos 580 postos de trabalho, “apenas 460 se encontram preenchidos”, o que “resulta num acréscimo das dificuldades no desenvolvimento de uma função de extrema relevância social”.

Depois da reunião com o Conselho Directivo (CD) do Instituto, a estrutura sindical afirma-se preocupada “com os problemas que afectam os trabalhadores e os serviços”, em consequência de constrangimentos financeiros, aposentações e não renovação de contratos.

“São os próprios membros do CD do IPST os primeiros a reconhecer que as reservas de sangue do nosso país se encontram em níveis considerados bons, em grande medida devido ao grande empenho, sacrifício e espírito de missão dos trabalhadores que, sendo cada vez em menor número, asseguram os serviços de que estão incumbidos em benefício dos utentes que deles dependem”, diz o Sintap.

No IPST há trabalhadores com contratos a termo, em regime de tarefa e avença, “muitos em condições precárias, sem saber se os contratos serão renovados”, alguns deles a terminar em maio, embora o CD tivesse dito aos representantes do Sintap “não ter intenção de dispensar nenhum trabalhador”.

O Sintap, diz ainda o comunicado, irá exigir do Governo que sejam desbloqueadas autorizações para renovação e prorrogação de contratos e que seja autorizada a abertura de concursos, para evitar “roturas nos serviços”.

A propósito do Dia Nacional do Dador de Sangue, que se assinalou na semana passada, o IPST anunciou que pretende aumentar este ano o número de novos dadores, chamando os jovens à causa da dádiva de sangue.

Segundo o Instituto, no ano passado houve 28 mil novas inscrições, número que quer ver aumentado este ano.

Em Fevereiro, o IPST fez um apelo "urgente" à população para que desse sangue, porque as reservas estavam baixas, uma situação que já se encontra ultrapassada.

Também no Dia do Dador de Sangue o presidente da Federação das Associações de Dadores de Sangue (FAS) denunciou que “há gente com fome que quer mas que não consegue dar sangue, porque tem as hemoglobinas em baixo, por não comer o que devia”.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
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