O Cidadão a vigiar as condições dos cuidados nas instituições de saúde
A Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE) exorta o Cidadão a juntar-se a outros cidadãos no dever de contribuir para uma melhor Saúde e uma sociedade mais justa e equitativa.
Os reptos são endereçados em editorial publicado na revista Enfermagem e o Cidadão, com uma tiragem de 14 mil exemplares, e que a SRC hoje distribui gratuitamente aos cidadãos nos seis distritos da Região Centro.
“Conhece a sua instituição de saúde? Sabe se tem as condições físicas e humanas indispensáveis para a prestação dos cuidados de saúde de que necessita? Os profissionais de saúde existem em número suficiente para assegurar a prestação de cuidados de excelência que preconizamos e que a sua comunidade necessita?”, interroga a SRC, no editorial assinado pelo Enfermeiro José António Ferreira, membro do Conselho Directivo Regional da SRC.
Lança, ainda, o desafio ao Cidadão: “de interrogar a sua instituição, e de se juntar a outros cidadãos no dever de contribuir para uma sociedade melhor, mais justa e equitativa, no geral, e na saúde em particular”.
O dirigente sublinha que esta é uma via para cada cidadão colaborar na melhoria dos serviços de saúde que lhes são prestados, salientando que “a experiência demonstra que a força do grupo é mais eficaz no exercício da cidadania”.
Explica que a Ordem dos Enfermeiros, enquanto Associação de Direito Público, tem competências que lhe permitem o controlo do exercício da profissão, de forma a garantir a prossecução do interesse público e a dignidade do exercício da enfermagem.
No entanto, essa delegação de poderes do Estado comporta limitações e sempre que a Ordem dos Enfermeiros (OE) pretende avaliar as condições do exercício profissional, e a qualidade dos cuidados de enfermagem que são prestados à população, necessita da anuência por parte da instituição onde são prestados esses cuidados.
“Nem sempre as instituições colaboram, colocando entraves à visita da OE, levando-nos a questionar que motivos terão para não colaborarem naquilo que deveria ser o interesse comum da OE e das instituições de saúde: a prestação de cuidados de enfermagem de excelência à população”, observa o Enfermeiro José António Ferreira.
Dessas visitas a instituições de saúde são produzidos relatórios. Todas as inconformidades são posteriormente remetidos às entidades com responsabilidades de regular e inspeccionar na área da saúde, mas o levantamento das condições em cada uma é publicitado no site da Secção Regional do Centro, e do qual o Cidadão se pode servir para a sua própria avaliação dos serviços de saúde.
“Enquanto enfermeiros, é nosso objectivo prestar-vos cuidados de enfermagem de excelência. Para que tal seja possível há que ter em conta os quatro intervenientes neste processo: as instituições de saúde, os enfermeiros, os cidadãos e a OE. No que respeita às instituições de saúde, estas devem zelar pela primazia das condições físicas e humanas oferecidas, quer aos cidadãos, quer aos profissionais que lá trabalham”, refere, no editorial.
A revista Enfermagem e o Cidadão é uma publicação da SRC elaborada por enfermeiros, que através dela transmitem informações de promoção da saúde e de educação para a saúde. Nesta edição destacam-se uma entrevista ao Enfermeiro Presidente da Câmara Municipal de Cinfães e uma reportagem sobre os cuidados domiciliários prestados pela unidade hospitalar de Lamego.
A mutilação genital feminina e o papel do enfermeiro, o cuidar na família doentes de Alzheimer, a automedicação e os seus riscos, e um projecto de vestuário inovador que previna úlceras de pressão em acamados são outros artigos da edição.
Enfermagem e o Cidadão para consulta, ou descarregar em formato digital, em: http://www.ordemenfermeiros.pt/sites/centro/informacao/Paginas/jornalsrc.aspx
Poderá visualizar a versão vídeo da reportagem sobre cuidados domiciliários aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=JHWzYusJb0g&list=UUydm4zJs7ZVpab6hWTY-MFQ