Bastonário dos Médicos defende

Combate à fraude a outros sectores e não apenas na saúde

O bastonário da Ordem dos Médicos considerou ontem como "extremamente positivo" o combate à fraude e à corrupção na saúde e defendeu que a mesma intensidade da luta às ilegalidades deveria ser aplicada a outros sectores da economia.

"Há dezenas de pessoas ligadas à saúde, de várias profissões, que estão presas e, pergunto-me, por exemplo, porque é que nas fraudes do BPN não está ninguém preso", sublinhou José Manuel Silva

"Dou os parabéns ao senhor ministro ao verificar que há um efectivo combate à fraude e à corrupção na saúde, o que é extremamente positivo", disse José Manuel Silva, no final da visita que efectuou ao hospital de Portimão, no segundo dia do périplo por hospitais e centros de saúde do Algarve.

Questionado sobre o elevado número de clínicos sob investigação, por alegadas ilegalidades relacionadas com o exercício da profissão, o bastonário manifestou-se "surpreendido com a dimensão do número de médicos envolvidos".

"Esperemos que efectivamente não sejam todos culpados, mas se o forem instituiremos penas severíssimas", assegurou José Manuel Silva.

O bastonário da Ordem dos Médicos disse que "gostaria de ver noutros sectores da economia", a mesma intensidade contra a fraude e a corrupção que está a ser aplicada na área da saúde, onde dezenas de pessoas estão a ser investigadas.

Para o bastonário dos Médicos, existe "uma justiça a duas velocidades, o que, obviamente, é tão inaceitável como não aceitar ou rejeitar que possamos ter um sistema de saúde a duas velocidades".

José Manuel Silva reiterou a determinação da Ordem em expulsar os médicos "que se confirme em tribunal que efectivamente são culpados de violar o código deontológico de forma tão grosseira, confundindo o exercício hiprocrático da medicina com comércio ilegal".

O bastonário da Ordem dos Médicos iniciou na quarta-feira uma visita aos hospitais de Faro e de Portimão e a alguns centros de saúde do Algarve, depois de 370 médicos terem alertado para problemas e falta de medicamentos nos serviços clínicos das unidades de saúde, por alegando má gestão do Centro Hospitalar do Algarve. 

Fonte: 
iOnline
Nota: 
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