Perturbação ocular

Uveíte

Atualizado: 
09/09/2020 - 21:55
A uveíte é uma inflamação da camada média do olho, que pode adoptar diferentes formas: iriteciclite e coroidite.

Visto que a úvea é formada por várias partes - íris, corpo ciliar e coróide , é possível distinguir vários tipos de uveítes.

Na uveíte anterior, a inflamação afecta a íris, denominando-se irite, e também, ocasionalmente, o corpo ciliar, designando-se ciclite. O problema pode ser originado por traumatismos oculares, corpos estranhos que penetrem rio olho, patologias do cristalino, processos infecciosos locais ou gerais (sarampo, varicela, rubéola, gonorreia, tuberculose, sífilis, etc.), patologias reumáticas ou problemas alérgicos, existindo uma elevada proporção de casos de origem desconhecida.

Dado que a uveíte posterior afecta a coróide, o problema costuma designar-se coroidite e, nos casos em que a inflamação se estende à retina, são denominados coriorretinite. Embora a origem do problema seja, na maioria dos casos, desconhecida, por vezes, pode estar relacionada com doenças parasitárias, como a toxoplasmose.

Manifestações
A uveíte anterior manifesta-se tipicamente através de uma alteração da cor da íris, que adopta uma tonalidade mais cinzenta, e uma contracção persistente da pupila, que ocasionalmente manifesta uma forma irregular, associada à vermelhidão do olho, dor, lacrimejar, intolerância à luz (fotofobia) e diminuição da acuidade visual. Embora a doença costume ter uma evolução aguda e desapareça ao fim de poucos dias ou semanas, em alguns casos, pode adoptar uma evolução crónica e persistir durante meses, ao longo dos quais o problema pode complicar-se e desenvolver uma reacção cicatricial que deforme a íris e altere a normal circulação e drenagem do humor aquoso, originando um perigoso glaucoma secundário. Caso a inflamação se estenda ao cristalino, podem formar-se opacidades, ou seja, cataratas que alteram a visão.

A uveíte posterior, sobretudo quando o problema se estende à retina, caracteriza-se pelo desenvolvimento de alterações da vista, tais como visão manchada, distorção do tamanho e forma dos objectos, surgimento de pontos escuros que se movem no campo visual ("moscas voadoras") e incómodo devido à luz. O problema pode ter, igualmente, uma evolução aguda, curada ao fim de alguns dias, ou uma evolução crónica, com meses de duração, existindo o perigo de surgirem complicações como o descolamento da retina, cataratas, glaucoma secundário ou, o que ainda é mais perigoso, cicatrizações na retina que provoquem uma perda de visão permanente e irreversível.

Tratamento
O tratamento da uveíte anterior passa por repouso absoluto do olho, pela aplicação de colírios que mantenham a pupila dilatada (midriáticos) e limitem a mobilidade do músculo ciliar (cicloplégicos) e a administração de analgésicos para a dor. Caso se determine a origem do problema, deve-se adoptar as medidas adequadas para proceder ao seu tratamento, ou seja, antibióticos em caso de infecção bacteriana, anti-inflamatórios do tipo corticóides para uma inflamação e anti-histamínicos para uma reacção alérgica, entre outros.

O tratamento da uveíte posterior consiste na utilização de corticóides, muitas vezes em doses elevadas e administrados por via sistémica, sobretudo para atenuar a inflamação da retina e prevenir a formação de cicatrizes, associada ao tratamento do factor causador, se detectado, mediante o recurso a medicamentos antiparasitários, em caso de toxoplasmose.

Fonte: 
medipedia.pt
Nota: 
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