Mantenha bons hábitos

Alimentação do idoso

Atualizado: 
11/10/2019 - 11:29
Uma boa alimentação é importante em qualquer etapa da vida, os nutrientes promovem o fortalecimento e manutenção dos ossos e músculos, e fornecem energia ao corpo.
Alimentação do idoso

 

O processo de envelhecimento natural, mesmo na ausência de doença, implica alterações ao nível:

  • da constituição corporal (do peso, da massa celular corporal, atrofia muscular, alteração da coordenação muscular, aumento da probabilidade de fracturas);
  • da regulação energética e metabolismo dos micronutrientes (sais minerais e vitaminas);
  • da diminuição das defesas do organismo (com o aumento da probabilidade de sofrer de doenças infecciosas);
  • de outras alterações como: paladar e olfacto, do aumento do risco de desidratação, de alterações das funções neurológica e cognitiva.

Pelas razões mencionadas e também devido a outros factores, nomeadamente, factores de índole socioeconómica, as pessoas idosas por vezes alimentam-se erradamente. Quando estão presentes dificuldades económicas, estas têm como consequência a diminuição do poder de compra, logo da possibilidade de aquisição de alimentos nutritivos, em qualidade e quantidade, diminuindo assim a variedade dos alimentos consumidos. A variedade alimentar é garantida com o consumo diário de alimentos dos 7 grupos da Roda dos Alimentos:

  • Cereais e derivados, tubérculos – 28%
  • Hortícolas – 23%
  • Fruta – 20%
  • Lacticínios – 18%
  • Carnes, pescado e ovos – 5%
  • Leguminosas – 4%
  • Gorduras e óleos – 2%

Outro factor que influencia os hábitos alimentares relaciona-se com o sentimento de solidão que pode conduzir a estados depressivos e ao desinteresse pela confecção das refeições.

As doenças associadas e respectiva medicação podem limitar a escolha alimentar e também condicionam por vezes alterações dos orgãos dos sentidos, nomeadamente do paladar e olfacto.

A falta de dentes ou o uso de próteses dentárias mal adaptadas dificulta a mastigação. A diminuição da quantidade de saliva produzida também afecta a deglutição.

Os problemas de coordenação motora dificultam a manipulação dos utensílios necessários à confecção dos alimentos.

As alterações na motilidade do aparelho digestivo também podem condicionar o aparecimento de problemas digestivos e de obstipação (prisão de ventre).

As pessoas idosas constituem um grupo bastante heterogéneo, a sua capacidade de tomada de decisão individual tem um papel crucial quando está em causa a aceitação de mudanças não só ao nível dos hábitos alimentares como em relação ao estilo de vida.

Torna-se necessário o seu envolvimento sendo que a sua participação activa é essencial.

Recomendações
Uma alimentação saudável contribui para uma maior qualidade de vida, ajudando as pessoas idosas a manter a sua independência e aumenta a capacidade para cuidar das tarefas básicas diárias.

Existem critérios, em termos de recomendações alimentares concretas, que são comuns a todos os grupos etários, como tal úteis também para as pessoas idosas:

  • Fazer uma alimentação variada e evitar comer demais;
  • Começar as refeições com entradas (sopa ou pratos com vegetais);
  • Consumir líquidos em abundância, sendo a água a melhor bebida;
  • Moderar o consumo de doces, gorduras saturadas e bebidas alcoólicas;
  • Consumir alimentos ricos em fibras (frutas, legumes, verduras…);
  • Comer regularmente (5 a 7 pequenas refeições), alimentar-se com calma, mastigando bem os alimentos e não saltar refeições;
  • Ir ao dentista regularmente para prevenir problemas de mastigação ou desadaptação das próteses;
  • Controlar o peso de forma a manter um estado nutricional equilibrado;
  • Manter uma vida activa, com níveis moderados de actividade física diariamente;
  • Aumente os seus conhecimentos sobre alimentação pois estes ajudam a manter-se saudável;
  • Não fazer qualquer tipo de dieta sem consultar o seu médico/nutricionista;
  • Desfrute da vida e de uma alimentação equilibrada, viva uma vida plena e saudável.

Recomendações especialmente importantes para as pessoas idosas:

  • Embora necessite de menos calorias do que quando era jovem, necessita sempre dos mesmos nutrientes, em igual quantidade, excepto no caso do cálcio e vitamina D cujas necessidades aumentam com a idade,
  • Inclua na sua alimentação alimentos dos 7 grupos da Roda dos Alimentos, nas seguintes quantidades aproximadas:

1.       Cereais e derivados, tubérculos – 28%;

2.       Hortícolas – 23% (400 gr. /dia);

3.       Fruta – 20% (2 a 3 peças/dia);

4.       Lacticínios – 18% ( 750 ml = 3 chávenas médias por dia);

5.       Carnes, pescado e ovos – 5%:

- Carne: prefira as carnes brancas (frango, peru, coelho, porco);

- Peixe: prefira o peixe à carne que deve consumir pelo menos 3 x por semana;

- Ovos: 2 a 3 por semana;

6.       Leguminosas – 4% (fonte de proteína que pode substituir a carne quando combinadas com arroz, batata, milho…);

7.       Gorduras e óleos – 2% (evite as gorduras saturadas, prefira o azeite);

8.       Água: pelo menos 1,5 l/dia (ou chás de ervas);

  • Tomar sempre o pequeno-almoço, evitar estar longos períodos em jejum;
  • O pequeno-almoço deve constituir uma refeição equilibrada: inclua sempre leite ou equivalente (1 chávena de leite equivale a 2 iogurtes naturais, 2 fatias de queijo, 100 gr. de requeijão), pão ou cereais e fruta;
  • Uma porção de qualquer alimento, em volume, equivale a um baralho de cartas ou ao tamanho da palma da sua mão;
  • Não fazer intervalos entre as refeições superiores a 3 horas;
  • Não se esqueça que a sopa é uma excelente forma de consumir produtos hortícolas (hortaliças e legumes);
  • Reduza o consumo de sal (substituindo-o por ervas aromáticas, especiarias, alho, louro, limão…) e evite alimentos ricos em sal (caldos instantâneos ou “cubos de carne”);
  • Limite o consumo de açúcar refinado (o que faz parte dos bolos, sumos, doces…).
Fonte: 
DGS
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
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