Saúde em Portugal: falta de informação e compreensão desafiam o sistema
Este estudo, que avalia as perceções e atitudes dos portugueses sobre a saúde, com foco em temas como satisfação com o sistema de saúde, comportamento preventivo e expectativas futuras, reforça a urgência de melhorar a comunicação e o acesso a informação relevante em saúde, pilares fundamentais para um sistema de saúde mais eficiente.
Quase 7 em cada 10 inquiridos (68,6%) acreditam que os portugueses se interessam por notícias de saúde; no entanto, praticamente metade (44%) considera que não está suficientemente informada sobre os desenvolvimentos e resultados das iniciativas nesta área. Esta lacuna é ainda mais evidente quando se analisa a qualidade da informação existente: a maioria dos participantes (91%) acredita que as iniciativas e notícias de saúde devem ser comunicadas de forma mais ampla, mas um terço avalia a comunicação atual como difícil ou muito difícil de compreender.
Sobre a literacia em saúde, apenas 4 em cada 10 inquiridos consideram que a informação que têm sobre saúde é suficiente para gerirem bem o seu estado de saúde.
Estes desafios refletem-se nos níveis de satisfação e otimismo em relação à saúde em Portugal. Num contexto em que a comunicação é cada vez mais vital para a tomada de decisões informadas, o estudo destaca que o grau de satisfação dos portugueses com a sua saúde é moderado (6 em 10). Adicionalmente, os resultados mostram um pessimismo generalizado sobre o futuro da saúde: mais de um quarto (26%) dos inquiridos prevê uma evolução negativa, enquanto 35% acreditam que a situação atual permanecerá inalterada.
Apesar destas preocupações, a tecnologia surge como uma aliada promissora para enfrentar os desafios identificados. Cerca de 7 em cada 10 portugueses recorrem à internet para procurar informações sobre saúde, e 62,1% acreditam que as soluções digitais são cruciais para melhorar a qualidade de vida. Este dado revela um terreno fértil para iniciativas que aproveitem a tecnologia para aproximar a população de informações úteis, confiáveis e fáceis de compreender.
Este estudo sublinha, ainda, a importância de estratégias coordenadas que melhorem a comunicação e promovam a equidade no acesso aos cuidados de saúde, na medida em que somente com abordagens integradas será possível construir um sistema de saúde mais inclusivo, eficiente e preparado para atender às expectativas e necessidades da população.