Cuidar do Cuidador
Cuidar do Outro traz bem-estar, mas é algo exigente e desgastante em termos físicos e psíquicos. Este compromisso impacta na vida profissional e pessoal do cuidador, sendo necessária a consciencialização da necessidade de apoio, bem como de períodos de pausa e descanso.
É importante o cuidador consciencializar-se de que para cuidar do Outro precisa de cuidar de si próprio, respeitando os seus interesses e necessidades, de forma planeada e envolvendo outros membros da família e amigos. Deve evitar o isolamento social, tirar momentos do dia para cuidar de si próprio, fazer o que mais gosta e descansar. Deve definir um horário e rotinas, tempos de atividades de cuidar e momentos de lazer e descanso. Desta forma, minimiza riscos para a sua saúde e fortalece a sua capacidade de cuidar.
Existe um conjunto de estratégias importantes para facilitar esta experiência e cuidar de si próprio, como: planear o dia, definir prioridades, reviver momentos positivos com a pessoa cuidada, relembrar memórias positivas e marcantes com a pessoa, criar um diário ou álbum de memórias, escrever um diário que facilite a sua expressão, conversar sobre o passado, viver o momento e um dia de cada vez, envolver os outros e aceitar ajuda, aprender a delegar, manter o sentido de humor, reconhecer que a situação de saúde do Outro pode levar à alteração de comportamentos e envolver a pessoa nos cuidados de acordo com as suas capacidades, promover momentos de descontração e interesse para ambos, valorizar-se e saber estabelecer limites. Assim, assegura a sua saúde física e psicológica e promove a partilha e o vínculo afetivo com a pessoa cuidada.
É igualmente importante realizar atividades do seu interesse, que lhe tragam bem-estar e tranquilidade, nomeadamente: passear ao ar livre, praticar atividade física, ler, ouvir música, cozinhar, pintar, praticar a religião, ir ao café, estar com amigos, falar de si, cuidar da sua imagem, divertir-se, entre outras.
Esteja atento a sinais de sobrecarga – física, emocional ou socioeconómica. Recorra à equipa de saúde, em particular ao enfermeiro, para o orientar e encaminhar sempre que necessite. Essa parceria entre cuidador informal e o enfermeiro é fundamental, tanto para proporcionar à pessoa cuidada como ao cuidar uma experiência digna, segura e confortável.
A sociedade e os profissionais de saúde em particular devem oferecer suporte e capacitação aos cuidadores, valorizando a sua dedicação e promovendo estratégias que melhorem o seu conforto e bem-estar tanto físico como psicológico.
Isabel Lucas
Rita Marques