Número de biofarmacêuticas com produtos de connected health prontos a serem comercializados aumentou seis vezes

Connect health impulsiona revolução no Setor de Life Sciences

A maioria das empresas do setor de Life Sciences, tanto biofarmacêuticas como techmeds, já têm soluções de connected health disponíveis no mercado ou estão a desenvolvê-las. Independentemente da fase de desenvolvimento em que estão estes produtos, as organizações do setor das Life Sciences preveem que a área de connected health venha a representar mais de um quinto das suas receitas totais nos próximos 5 anos. No entanto, a falta de recursos adequados poderá pôr em causa esta ambição, revela o novo estudo do Research Institute da Capgemini, “The Connected Health Revolution”, que também adianta que três em cada cinco organizações do setor de Life Sciences estão a desenvolver um roteiro para integrar a IA generativa, e que mais de metade já está a proceder a testes da utilização da IA generativa nas interações entre pacientes e profissionais de saúde (HCPs).

Embora cerca de metade das organizações inquiridas acredite que os seus esforços na área da connected health evoluíram e aprofundaram-se, a maioria admite que faltam recursos para assegurar a gestão robusta dos dados. O estudo conclui igualmente que não existe ainda uma estrutura, standards e ferramentas comuns para suportarem o tratamento de dados na área de connected health, apesar de se verificar uma abordagem mais madura tanto a nível de estratégia, como de planeamento.

Thorsten Rall, Global Life Sciences Industry Leader da Capgemini, declarou a este propósito, “as organizações do setor de life sciences, através das biofarmacêuticas e das techmeds, estão a fazer progressos reais para aproveitarem ao máximo o potencial oferecido pela connected health. Desbloquear o poder dos dados na saúde e aproveitar as possibilidades disponibilizadas por tecnologias inovadoras, tais como IA generativa, são prioridades que estão no centro desta revolução impulsionada pela connected health. Estes aspetos podem contribuir de forma decisiva para acelerar o desenvolvimento de medicamentos/tratamentos, melhorar o atendimento aos pacientes e promover a inovação na prestação dos serviços e cuidados de saúde. Desta forma, o estabelecimento de estruturas robustas e baseadas em dados, será fundamental para garantir que os dados estão acessíveis e são fiáveis, que se criam os alicerces indispensáveis à análise avançada de IA e se promove a geração do conhecimento necessário para reinventar a área da saúde."

Soluções de Connected health aumentam nas biofarmacêuticas e nas techmeds

O estudo também conclui que desde 2021 o número de biofarmacêuticas com produtos de connected health prontos a serem comercializados aumentou seis vezes. Ainda que, neste contexto os cuidados preventivos e o exercício físico continuem a ser as principais prioridades para a maioria das biofarmacêuticas, está a ser dada uma ênfase crescente a áreas que eram anteriormente negligenciadas, como, por exemplo o diagnóstico e a monitorização. A oncologia, a imunologia e a cardiologia são agora os principais focos da maioria das biofarmacêuticas. Simultaneamente, áreas emergentes como a saúde mental, os diabetes, a obesidade e a dermatologia, também têm apresentado um crescimento exponencial desde 2021. A connected health é também uma prioridade para as techmeds, com três em cada quatro das empresas inquiridas a disponibilizarem ou/e a desenvolverem este tipo de produtos. As principais áreas de aposta são as soluções de saúde digitais e os dispositivos wearables.

Implementação de dados e IA em ascensão

De acordo com o estudo nos últimos três anos, as biofarmacêuticas fizeram igualmente progressos consideráveis no aproveitamento da inteligência artificial (IA), no machine learning (ML) e na cloud. As biofarmacêuticas que usam IA para análise preditiva de dados em tempo real de produtos de connected health quase duplicaram desde 2021, passando de 24% para 46%. O estudo também refere que mais de dois quintos (42%) possuem uma plataforma cloud para integrar dados provenientes de múltiplas fontes.

No entanto, apenas uma minoria das organizações do setor de life sciences inquiridas no âmbito do estudo referiu possuir as competências técnicas adequadas, como por exemplo realidade virtual/realidade aumentadas (AR/VR) e IA generativa. Para preencher esta lacuna, quase dois terços das organizações admitiram que preferem melhorar as competências das suas atuais equipas, contra 56% que consideram preferível contratar novos talentos para resolver esta questão.

Ampla variedade de casos de uso de IA generativa está a ser testada

A IA generativa tem o potencial de agregar valor ao longo de toda a cadeia de valor da saúde, incluindo nas áreas da investigação, do desenvolvimento clínico, das operações, da regulamentação, da conformidade, da comercialização e das operações pós-lançamentos. Neste contexto, o estudo revela que atualmente mais de metade das organizações inquiridas já está a testar IA generativa nas interações com pacientes e profissionais de saúde. Estão também a ser testadas aplicações de IA para produzir dados sintéticos, analisar dados existentes, automatizar documentação e relatórios, gerir fornecedores, criar produtos e identificar locais para ensaios clínicos.

Embora o segmento de connected health apresente novas oportunidades para o setor, é imperativo que as organizações de life sciences definam uma visão clara e adaptem as suas ofertas às necessidades específicas dos cuidados de saúde e do bem-estar, para poderem proporcionar um impacto efetivo, conclui o estudo. Por outro lado, investir no desenvolvimento de uma infraestrutura de dados escalável, segura e compatível com o enquadramento legal e fortalecer a colaboração com outras partes interessadas no ecossistema também permitirá gerar valor que seja tangível para todos os intervenientes.

Fonte: 
Capgemini
Nota: 
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