Degenerescência Macular da Idade: médicos e doentes dizem ser difícil manter o tratamento sem apoios adicionais
Acesso a transporte para a clínica, ajudas de custos para estacionamento e medicamentos, materiais informativos para compreender melhor a doença e o tratamento, lembretes de consultas, discussões pró-ativas com profissionais de saúde sobre os desafios da doença e apoio emocional são algumas da medidas que apontam como essenciais para a manutenção do processo terapêutico.
O barómetro mostra ainda que 46% dos doentes que vivem com DMI, assim como todos os oftalmologistas inquiridos, acham que o tratamento é demasiado frequente, sendo que a maioria dos doentes (56%) gostaria que o tempo entre tratamentos fosse maior sem diminuição da acuidade visual.
Por outro lado, destaca-se a vontade de monitorizar a acuidade visual em casa: 45% dos doentes manifestam este desejo enquanto 55% dos oftalmologistas sublinham a importância dos serviços médicos deslocarem-se ao domicílio do doente ou perto deste.
Para 84% dos doentes seria importante, ainda, falar com o médico sobre os desafios relacionados com a doença, mas 27% dos oftalmologistas referem não ter tempo suficiente nas consultas para esclarecer eventuais preocupações.
Em Portugal, este inquérito contou com a participação de quatro centros hospitalares e clínicas do nosso país e envolveu 317 respostas de doentes e profissionais de saúde na área da DMI.
A DMI é a principal causa de cegueira em países desenvolvidos, afetando uma em cada oito pessoas a partir dos 60 anos. É uma doença degenerativa, progressiva e crónica, associada ao envelhecimento, que afeta gradualmente a visão central e representa um problema de saúde global, com impacto significativo na autonomia e na qualidade de vida dos doentes.
À medida que a DMI vai progredindo pode levar a alterações da visão de contraste, da visão das cores e da visão em ambientes com má luminosidade, o que faz com que simples atividades do dia a dia, como ler, escrever, conduzir e reconhecer rostos, se tornem difíceis para o doente.
As lesões da mácula passam frequentemente despercebidas nas fases precoces, o que traz alguns desafios acrescidos ao diagnóstico. Por isso, é fundamental aconselhar os nossos avós, pais, tios e outros familiares com mais de 55 anos, a irem ao médico oftalmologista regularmente para fazer exames de rotina e detetar precocemente quaisquer alterações na visão.