Sarcomas representam cerca de 15% de todos os tumores malignos em cães
Hugo Gregório, médico veterinário oncologista do AniCura CHV Porto Hospital Veterinário, explica que "os sarcomas representam cerca de 15% de todos os tumores malignos em cães, enquanto em gatos essa percentagem é significativamente menor, em torno de 7%. Esta diferença pode estar relacionada com fatores genéticos e ambientais específicos de cada espécie".
Entre os tipos de sarcomas, destaca-se o osteossarcoma, uma doença que afeta maioritariamente cães de média idade a geriátricos. Classicamente, é uma doença oncológica que afeta raças grandes, nomeadamente São Bernardo, Dogue Alemão, Setter Irlandês, Doberman, Pastor Alemão e Golden Retriever. “A taxa de prevalência em machos e fêmeas é sensivelmente semelhante, com um ligeiro aumento da incidência nos machos. Os cães castrados parecem ter uma maior prevalência comparativamente aos intactos”, afirma o especialista.
Outra neoplasia frequente é o Hemangiossarcoma (HSA), um tumor altamente maligno das células endoteliais, que revestem os vasos sanguíneos. Podendo ter origem em qualquer parte do corpo, é mais comum no baço, fígado, coração e pele, sendo que a localização é fator de prognóstico, já que HSA localizados na pele e que não atinjam o tecido subcutâneo possuem melhor prognóstico. Esta neoplasia metastiza com frequência, nomeadamente para os pulmões, e verifica-se que as raças com maior predisposição são o Boxer, Pastor Alemão, Golden Retriever e Dobermann.
No caso dos gatos, o Fibrosarcoma é o sarcoma mais comum e define-se como um tumor maligno com origem nos fibroblastos. O sarcoma associado a locais de inoculação possui uma incidência de um em cada mil ou a dez mil gatos e distingue-se dos sarcomas “clássicos” por ser mais agressivo e surgir em animais mais jovens.
A identificação precoce dos sintomas é crucial para um tratamento eficaz. "Os sinais de sarcoma podem incluir inchaços ou massas que não diminuem de tamanho, claudicação, perda de peso inexplicável e mudanças no comportamento do animal", acrescenta. "Os cuidadores devem estar atentos a qualquer alteração no estado físico e comportamental dos seus animais e procurar assistência veterinária sempre que notem algo incomum".
O diagnóstico é obtido através de exames regulares e da realização de biópsias de qualquer massa suspeita. O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia, dependendo do tipo e estádio do sarcoma.
"Felizmente uma grande percentagem de animais com sarcomas ficam curados. Tudo dependerá do diagnóstico atempado e da localização do tumor", realça o Dr. Hugo Gregório. "Com a tecnologia avançada e o conhecimento que temos disponíveis nos nossos hospitais e clínicas, os veterinários estão capacitados para disponibilizar tratamentos que podem aumentar a taxa de sobrevivência e devolver a qualidade de vida aos nossos pacientes."