Concurso autorizado pelo Ministério da Saúde

ULS do Tâmega e Sousa abre concurso depois de dispensar 35 enfermeiros com contrato a prazo

A Unidade Local de Saúde (ULS) do Tâmega e Sousa lançou esta semana um procedimento concursal para a constituição de Bolsa de reserva de recrutamento para o exercício de funções de enfermagem. O objetivo, segundo o documento, consiste na celebração de Contratos Individuais de Trabalho, tendo em vista o preenchimento das necessidades que vierem a ocorrer nessa área.

“É lamentável que se tenha optado por dispensar 35 enfermeiros, que já conheciam a unidade, estavam enquadrados nas equipas, nos processos e procedimentos de trabalho, para, agora, vir recrutar novos enfermeiros”, reage o presidente do Sindicato dos Enfermeiros -SE. Que deixa um desabafo: “Infelizmente, mais uma vez, o tempo deu razão aos alertas e às nossas chamadas de atenção. Os 35 enfermeiros dispensados faziam mesmo falta na ULS do Tâmega e Sousa”.

De acordo com as informações constantes no Aviso para o procedimento concursal, a Bolsa de recrutamento tem como objetivo a constituição de vínculos para Contrato Individual de Trabalho, “tendo em vista o preenchimento das necessidades que vierem a ocorrer nessa área.”

Pedro Costa lamenta este tipo de procedimentos, asseverando que “mostram a total desorganização que existe na Saúde em Portugal e a falta de capacidade das diversas lideranças para darem o devido valor aos recursos de que já dispõem”. “É incompreensível que se dispensem enfermeiros, os quais, era admitido pela própria ULS, faziam falta na unidade hospitalar, apenas porque tinham vínculos precários, ainda ao abrigo da COVID-19”. E agora, frisa, “é necessário abrir novos concursos, com todos os custos financeiros, administrativos e humanos, para colmatar necessidades que estavam devidamente identificadas”.

Para o presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE, “é urgente uma reforma profunda na forma como todos os processos e procedimentos burocráticos são conduzidos no Serviço Nacional de Saúde, tornar mais ágil e prático o processo de recrutamento”. Pedro Costa lembra que aquilo que se sente no dia a dia nas unidades de saúde, nos seus diferentes níveis de cuidados, é “uma carência extrema de recursos humanos, de incapacidade para preencher escalas, para contratar enfermeiros, para garantir que todos os serviços têm os recursos adequados para prestar os melhores cuidados de saúde, no mais curto espaço de tempo, com vista a aumentar a eficácia dos tratamentos e, consequentemente, “reduzir os tempos de internamento e os diferentes custos associados”.

Pedro Costa lembra ainda que “graças à intervenção do Sindicato dos Enfermeiros – SE junto da Secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, foi possível travar uma solução que é ilegal e que estava a ser estudada, isto é, contratar estes 35 enfermeiros por via de estágios profissionais através do Centro de Emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)”. A solução encontrada agora é “um mal menor” e que, em simultâneo, “abre portas para que estes 35 colegas possam continuar a trabalhar na Unidade Local de Saúde do Tâmega e Sousa”.

No entender do SE, é fundamental “uma avaliação concreta das reais necessidades de cada unidade de Saúde, das carências que existem ao nível dos enfermeiros e, desde logo, regularizar a situação dos colegas que estão com vínculos precários e reforças os quadros de recursos humanos”. Para o presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE, “o Estado irá poupar nos gastos com horas extraordinárias, e ganhar maior eficácia e eficiência das equipas já que, por estarem mais rotinadas, serão mais produtivas”. Em simultâneo, assegura Pedro Costa, os próprios enfermeiros “vão estar mais motivados, menos cansados do que estão atualmente e, também por isso, com maior capacidade de trabalho e com menor propensão para o erro”.

Fonte: 
Sindicato dos Enfermeiros - SE
Nota: 
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