Young2HL é uma nova plataforma digital que vai promover literacia em saúde junto dos jovens
“Em Portugal, os dados do INEM mostram que, quando as equipas de emergência chegam, apenas 3,4% das vítimas em paragem cardiorrespiratória sem SVB mostram sinais de vida”, começa por explicar Filipe Serralva, diretor da ANESC.
“No entanto, quando falamos em paragem cardiorrespiratória com SVB, o número de vítimas que mostram sinais de vida aumenta para 7,4%, o que se traduz numa diferença estatística significativa. Em Portugal, apenas 19% das situações de paragem cardiorrespiratória recebem SBV, um valor muito inferior à média europeia de 58%”, continua.
Estes números foram um dos pontos de partida para a criação deste novo projeto. O Young2HL quer melhorar a literacia em saúde entre os jovens através de ferramentas digitais e promover o seu uso no processo de ensino-aprendizagem. Para já, o lançamento da plataforma será com o tema Suporte Básico de Vida e vai agregar recursos digitais e educacionais que possam ser utilizados nas aulas.
"Através da plataforma e da medição do nível de literacia em saúde dos jovens, pretende-se criar e desenvolver recursos pedagógicos que promovam um correto desenvolvimento de competências e uma divulgação junto das entidades de saúde e escolas”, refere a diretora da ETACADEMY, Paula Figueiredo. Garante, também, que já existem escolas portuguesas e gregas interessadas em integrar o projeto.
Já a formação presencial em SBV, que será ministrada pela equipa médica e de enfermagem da ANESC, visa capacitar os jovens das escolas portuguesa e grega com “competências que permitam a correta execução de manobras de Suporte Básico de Vida em vítima adulta em paragem cardiorrespiratória”, procurando, desta forma, contribuir para promover o aumento do número de vítimas que mostram sinais de vida aquando da chegada das equipas de emergência, acrescenta a coordenadora do projeto, Ana Diogo.
“Uma plataforma digital sobre literacia em saúde para jovens é importante porque oferece uma maneira acessível e interativa de garantir o acesso, a compreensão e o uso dos recursos de saúde (por exemplo, sobre suporte básico de vida, saúde mental, segurança pessoal) para um público jovem que está cada vez mais conectado digitalmente”, diz a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida.
A equipa é constituída por Ana Diogo, que coordena o projeto e é responsável pelo desenvolvimento da plataforma, Cristina Vaz de Almeida, responsável pela área de literacia em saúde, Vânia Lima, responsável pela comunicação, Filipe Serralva, responsável pela área da formação em Suporte Básico de Vida, juntamente com os enfermeiros Pedro Luís e Jorge Brandão, e Vassilis Panagiotopoulos, responsável pelas atividades desenvolvidas na Grécia. O projeto conta ainda com a consultoria das investigadoras Célia Belim, Rita Veloso Mendes, Paula Figueiredo e Tânia Gaspar.
“O principal objetivo do projeto é criar um sistema para a promoção e incentivo à literacia em saúde entre os jovens, prevenindo situações de doenças na idade adulta. O sistema permitirá a criação de ambientes de ensino e aprendizagem ajustados ao perfil dos jovens, alinhando objetivos com ferramentas e metodologias”, conclui a presidente da SPLS.